As ações da estatal paulista de energia Cesp dispararam na Bolsa brasileira nesta sexta-feira (15), em meio a expectativas relacionadas à eventual privatização da companhia.
O governo de São Paulo retomará brevemente discussões sobre a privatização da Cesp, disse o secretário da Fazenda do Estado, Renato Villela, para investidores em evento promovido pelo JPMorgan nesta sexta-feira (15).
Os papéis PNB da Cesp encerraram a sessão com ganho de 18,82%, a R$ 15,09. O Ibovespa subiu 0,18%, a 55.578,24 pontos.
De acordo com relatório do JPMorgan, Villela afirmou no encontro que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) provavelmente ajudará a coordenar um eventual processo de venda da companhia.
"O governo do Estado não vê sentido em continuar envolvido nesse negócio...a Cesp não é vista como um ativo core e crucial para o Estado", disse o JPMorgan, ao relatar o encontro com o secretário paulista. A Secretaria da Fazenda confirmou as declarações de Villela.
A Cesp possui um valor de mercado de R$ 3,87 bilhões. A fatia do governo de São Paulo na empresa é de 40%.
A Cesp opera três hidrelétricas em São Paulo em um total de 1,65 gigawatt em capacidade instalada.
SONHO ANTIGO
Em 2011, o governo de São Paulo chegou a considerar a privatização da Cesp, mas o processo não foi adiante devido à perspectiva do vencimento das concessões de diversas hidrelétricas da companhia.
Após o final dos contratos, o governo federal relicitou as concessões de três das maiores usinas da Cesp.
A companhia não participou dos leilões em que foram ofertadas as usinas, e com isso viu sua capacidade instalada cair quase 80% ante quase 7,5 gigawatts que possuía anteriormente.
Criada em 1966 por meio da fusão de diversos ativos do Estado de São Paulo em energia, a Cesp chegou a ter 14 mil empregados e 11 gigawatts em capacidade instalada em 1996.
A partir de 1997, teve início um processo de privatização de ativos da companhia que resultou na criação de diversas empresas como Elektro, CPFL, Comgás, Duke Energy, Cteep e AES Tietê.
Os ativos que permaneceram sob controle estatal formaram a atual Cesp, que abriu capital na Bolsa em 2006.