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Governo de Santa Catarina afirma que estuda criar seguro para produtor

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Pescadores trabalham na extração de moluscos em Ribeirão da Ilha, Florianópolis (SC)
Pescadores trabalham na extração de moluscos no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis (SC)

A Secretaria de Agricultura e Pesca catarinense diz que a interdição das áreas de cultivo de molusco "acontece para preservar a saúde pública".

A pasta afirma que o "rigor com que trata a questão dá confiabilidade aos moluscos produzidos no Estado".

O secretário-adjunto, Airton Spies, diz que "está estudando" um seguro que forneça renda aos maricultores durante esse tipo de embargo.

"A maricultura é uma atividade nova em Santa Catarina. Tem 20 anos de produção comercial. O seguro seria uma forma de manter a renda dos trabalhadores em caso de crise", diz Spies.

A maricultura gera 2.300 empregos diretos em Santa Catarina e dá aos produtores renda anual de R$ 78 milhões, diz a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural) do Estado.

A Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), órgão do governo estadual, diz que as algas acumuladas no litoral neste ano foram trazidas por uma corrente marítima surgida na bacia do rio da Prata. "A toxina contida na alga acaba se acumulando no molusco. E isso o deixa impróprio ao consumo", diz Pedro Mansur, veterinário da Cidasc.

Ostras, vieiras e mexilhões expostos às algas não precisam ser descartados porque, quando as algas se dissipam, os moluscos processam a toxina em poucos dias.

Atualmente, o mexilhão é usado como parâmetro nos testes que medem o nível de toxina. O resultado dele é aplicado aos outros moluscos.

Os maricultores pedem testes separados para ostras e vieras, pois as consideram mais resistentes à toxina.

Com a crise atual do setor, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca fez testes separados, o que permitiu a liberação só de ostras em nove áreas de cultivo. Mas o procedimento ainda não está formalizado em lei.

Para que uma área de cultivo seja considerada livre de toxinas e desinterditada, é preciso que haja dois testes negativos seguidos no mesmo local.


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