A agência de classificação de risco Moody's elevou a nota de crédito da Argentina nesta sexta-feira (15) de Caa1 para B3.
Apesar da melhora, os títulos do país continuam sendo considerados especulativos e estão em uma posição mais frágil que os brasileiros.
Segundo a agência, houve um aumento significativo na probabilidade de a Argentina pagar seus credores depois de uma audiência na quinta-feira (14) na Câmera de Apelações americana.
Na reunião, foram retiradas as cautelares que impediam o governo de pagar os fundos que aceitaram a renegociação da dívida enquanto os que não aceitaram também recebessem.
As mudanças realizadas na política econômica desde que o presidente Mauricio Macri assumiu, em dezembro do ano passado, também favoreceram a elevação da nota.
"O novo governo suspendeu o controle de capitais e permitiu que o peso flutuasse mais livremente, reduziu os subsídios a energia e transporte e começou a abordar desequilíbrios macroeconômicos", diz o relatório da Moody's.
A nova nota ajudará o país a se reinserir no mercado de crédito internacional, do qual está afastado desde meados de 2014.
O governo de Macri emitirá, na segunda-feira (18), US$ 12 bilhões em títulos para que o país possa pagar os fundos abutres (credores que compraram os papéis "podres" da dívida argentina e não aceitaram as duas reestruturações nos anos 2000).
De acordo com o economista-chefe da corretora Puente, Alejo Costa, as taxas de juros para títulos de 10 anos poderão ficar em 7,6%. Há poucas semanas, antes da melhora da nota, o mercado esperava mais de 8%, afirmou à Folha.