Folha de S. Paulo


BC faz dólar subir a R$ 3,53; Bolsa avança com apostas de impeachment

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Com queda do petróleo, dólar opera em alta nesta quarta-feira fotos públicas e dolar
Moeda americana opera em alta nesta sexta-feira

O cenário externo negativo, com queda das commodities, pressiona as Bolsas globais nesta sexta-feira (15), mas o Ibovespa vai na contramão e sobe.

O bom humor local se deve às perspectivas de que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff será aprovado neste domingo (17) no plenário da Câmara dos Deputados.

No mercado de câmbio, o dólar se valoriza ante o real. O Banco Central, mais uma vez, realizou leilões de swap cambial reverso nesta manhã. A operação equivale à compra futura de dólares para autoridade monetária.

Dos 120.000 contratos propostos em três operações, foram leiloados 88.500, totalizando cerca de R$ 4,4 bilhões.

A autoridade monetária deixou ainda de rolar contratos de swap cambial tradicional, correspondentes à venda futura de dólar pelo BC.

Com as operações de swap cambial reverso realizadas nesta sexta-feira, o estoque de swaps cambiais tradicionais do BC cai para US$ 76,095 bilhões. Em 18 de março, quando foi anunciada a retomada dos leilões de swap cambial reverso, o estoque era de US$ 108 bilhões.

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NOTAS DE DÓLAR

Com as intervenções do BC e o mau humor externo, a moeda americana à vista subia há pouco 0,50%, para R$ 3,5329, enquanto o dólar comercial ganhava 1,69%, para 3,5350.

O principal índice da Bolsa paulista avançava 1,24%, aos 53.062,62 pontos. As ações da Petrobras e da Vale subiam, apesar da queda do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional. Siderúrgicas e setor financeiro também operavam em alta.

As apostas de que o plenário da Câmara dos Deputados aprovará o impeachment da presidente Dilma foram reforçadas com o aumento do número de parlamentares que se declararam favoráveis ao processo. Além disso, STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou os recursos do governo contra a votação deste domingo.

Os juros futuros estavam em queda, nos menores patamares desde julho, refletindo o cenário político. O contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,650% na véspera para 13,575%. O contrato de DI para janeiro de 2021 saía de 13,040% para 12,900%.

O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, subia 0,56%, para 339,323 pontos, influenciado pela alta do dólar nesta sessão.

EXTERIOR

A queda dos preços do petróleo pressiona os mercados globais. Em Londres, o petróleo Brent perdia 3,15%, para US$ 42,46 o barril; em Nova York, o WTI caía 3,18%, para US$ 40,18.

Os investidores estão cautelosos quanto ao resultado da reunião entre produtores de petróleo que será realizada neste domingo (17) para discutir um possível congelamento da produção. O excesso de oferta mundial de petróleo jogou os preços da commodity para baixo.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 0,02%; o S&P 500, -0,11% e o Nasdaq, -0,02%.

Na Europa, as Bolsas também recuavam: Londres (-0,44%); Paris (-0,45%); Frankfurt (-0,39%); Madri (-0,13%); Milão (-0,43%).

Na Ásia, as Bolsas também caíram, com os investidores realizando lucros após os dados do PIB (Produto Interno Bruto) chinês terem ficado em linha com as expectativas. A economia chinesa cresceu 6,7% nos primeiros três meses de 2016.


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