Folha de S. Paulo


Bolsas chinesas têm forte alta, mas yuan atinge nova mínima

As ações de blue chips (mais negociadas nas Bolsas) chinesas terminaram em alta nesta quarta-feira (6) após a mídia estatal dizer que a proibição de venda de ações pelos principais acionistas, aplicada para ajudar a deter uma forte queda do mercado no ano passado, continuará até que o governo publique novas regras.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 1,75%, para 3.539 pontos. O índice de Xangai teve alta de 2,27%, para 3.362 pontos.

A proibição deveria terminar no começo da próxima semana, mas, após os mercados despencarem 7% na segunda-feira, a Comissão Reguladora do Mercado Chinês disse que vai implementar uma nova política para administrar o ritmo de venda de ações, sem especificar quando a nova política estará pronta.

Os índices subiram apesar de dados divulgados mais cedo mostrarem que o crescimento do setor de serviços da China desacelerou para o ritmo mais lento em 17 meses em dezembro. Dois dias antes, números mostraram que a atividade industrial encolheu pelo 10º mês consecutivo.

YUAN DESVALORIZA A NÍVEL MAIS FRACO DESDE 2011

A cotação doméstica do yuan enfraqueceu contra o dólar nesta quarta-feira (6) a seu menor nível desde março de 2011 após o banco central da China definir sua taxa referencial para a moeda.

A desaceleração econômica contribuiu para a fraqueza da moeda chinesa ao longo de 2015.

O yuan no mercado internacional caiu a 6,7250 por dólar, seu menor nível desde que as operações internacionais começaram em 2010. A fraqueza do yuan pesou sobre as moedas em toda a Ásia.

O banco central da China definiu a taxa referencial do yuan em 6,5314 por dólar antes de o mercado doméstico abrir, 0,22% mais fraco do que a anterior de 6,5169, a maior queda entre correções diárias desde 3 de novembro.

Alguns veem a tática de desvalorizar o yuan como uma tentativa desesperada da China de sustentar o crescimento, levando a preocupações de que a segunda maior economia do mundo pode estar mais fraca do que o imaginado, enquanto outros dizem que a fraqueza do yuan é inevitável em face do dólar forte.

A depreciação do yuan tem ganhado força, disse o HSBC em uma nota de pesquisa, sugerindo que a política cambial da China pode se tornar mais flexível em breve. O HSBC vê o yuan terminando 2016 em 6,70 por dólar com maior flexibilidade.

A última notícia preocupante sobre a China veio da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrando que a atividade do setor de serviços cresceu no ritmo mais lento em 17 meses em dezembro.

A desvalorização do yuan foi seguida por queda das ações asiáticas nesta quarta-feira. Elas também foram impulsionadas por um teste nuclear da Coreia do Norte, que aumentou as tensões geopolíticas.

O índice MSCI, que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, caiu 1,27%.

FECHAMENTO DAS BOLSAS ASIÁTICAS

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,99%, para 18.191 pontos.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,98%, para 20.980 pontos.

Em Xangai, o índice SSEC ganhou 2,27%, para 3.362 pontos.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,75%, para 3.539 pontos.

Em Seul, o índice Kospi teve desvalorização de 0,26%, para 1.925 pontos.

Em Taiwan, o índice Taiex registrou baixa de 1,05%, a 7.990 pontos.

Em Cingapura, o índice Straits Times desvalorizou-se 1,06%, para 2.804 pontos.

Em Sydney, o índice S&P/ASX 200 recuou 1,18%, para 5.123 pontos.


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