A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) estuda paralisar as operações do alto-forno 2 da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), em resposta à queda nas vendas de aço.
O alto forno 2 é responsável por 30% da capacidade de produção da Usina Presidente Vargas, atualmente na casa dos 5,6 milhões de toneladas por ano. Os 70% restantes são produzidos no alto-forno 3.
A CSN não quis comentar a informação, mas a Folha apurou que o plano de paralisação começou a ser estudado em meados do ano e ganhou força com a queda das vendas no segundo semestre.
De acordo com dados do balanço da empresa, a usina produziu 3,2 milhões de toneladas de aço bruto nos primeiros nove meses de 2015, queda de 4% com relação ao mesmo período do ano passado.
A retração, contudo, se acentuou no terceiro trimestre, quando a queda de vendas foi de 9%.
Além de sofrer com a falta de clientes no país, a CSN vem perdendo fatia de mercado nos Estados Unidos para siderúrgicas chinesas, dizem fontes próximas à companhia.
Com elevada dívida, a CSN teve prejuízo de R$ 754,7 milhões nos primeiros nove meses de 2015.
A empresa é uma das únicas siderúrgicas brasileiras que ainda não anunciou paralisação de unidades e tem acumulado estoques diante da queda nas vendas.
A última vez que paralisou um alto-forno foi em 2009, quando as vendas despencaram em consequência da crise financeira global.
De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr), a produção nacional de aço bruto caiu 4,4% em novembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. As vendas internas tiveram retração de 18,3% no período.