Folha de S. Paulo


Jornalistas franceses narram os bastidores do caso SwissLeaks

Pierre Albouy - 9.fev.2015/Reuters
Agência do banco HSBC em Genebra, na Suíça
Agência do banco HSBC em Genebra, na Suíça

A partir de 2018, o Brasil integrará acordo de compartilhamento de dados bancários com os demais 34 países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O objetivo é coibir contas não declaradas em paraísos fiscais.

Nesse contexto, acaba de ser lançado no país "SwissLeaks - Revelação sobre a Fraude Fiscal do Século", dos franceses Gérard Davet e Fabrice Lhomme, repórteres investigativos do "Le Monde".

Em tom de obra do gênero detetive/espionagem, o livro conta a história real de como o técnico de informática Hervé Falciani, então funcionário do HSBC, copiou, em 2006, dados sigilosos do banco que acabariam por explicitar a movimentação de € 180 bilhões de origem suspeita. As transações, realizadas entre 2006 e 2007, envolviam 106 mil contas de pessoas físicas e jurídicas de 203 países.

Em 2009, Falciani estabeleceu contato com autoridades fiscais da França, dando início a um conflito de interesses nos bastidores de serviços de investigação e da política em seu país.

O caso foi seguido de perto por Davet e Lhomme, que em fevereiro deste ano revelaram o chamado SwissLeaks. Para isso, contaram com a ajuda do governo francês e de mais de uma centena de jornalistas em todo o mundo.

A edição brasileira traz o prefácio do jornalista Ismael Pfeifer, que contextualiza o caso no Brasil e informa que, até o momento, a Receita segue na "fase de investigações". No país, onde o SwissLeaks foi divulgado por dois jornalistas, 8.667 brasileiros constavam como beneficiários de contas, entre artistas, empresários e políticos.

*

SwissLeaks - Revelações sobre a Fraude Fiscal do Século

AUTOR Gérard Davet e Fabrice Lhomme
EDITORA Estação Liberdade
QUANTO R$ 39 (240 págs.)


Endereço da página: