Folha de S. Paulo


Metalúrgicos de SP pedem aumento e marcam greve para novembro

Os metalúrgicos de São Paulo, representados pela Força Sindical, decidiram em assembleia na noite desta sexta-feira (18), dar prazo até 30 de outubro para as empresas avaliarem pedido de aumento real da campanha salarial deste ano.

Se não apresentarem contraproposta até essa data, a categoria ameaça entrar em greve a partir de 1 de novembro.

A pauta da campanha salaria inclui reposição da inflação, aumento real, valorização do piso e manutenção das cláusulas sociais. Foi aprovada por cerca de 1.100 trabalhadores presentes na assembleia.

Será entregue na terça-feira (22) à Fiesp, federação das indústrias paulistas, situada na avenida Paulista, onde está previsto um ato a partir de 10h.

"Vamos nos preparar para enfrentar as dificuldades, vamos apoiar os metalúrgicos do ABC, que também estão em campanha salarial e ainda não fecharam acordo, e vamos mostrar nossa força para arrancar o nosso aumento", afirmou Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical.

QUÍMICOS

Já os químicos, representados pela Fequimfar (federação estadual da categoria, também ligada à Força), devem aprovar na segunda-feira (21) a pauta da campanha deste ano.

São cerca de 150 mil trabalhadores que reivindicam reajuste de 13% (INPC mais aumento real), piso salarial de R$ 1.500, piso para técnico de R$ 2.100, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor de dois salários, além de garantias de emprego.

"Estão mobilizados trabalhadores de todas as regiões do Estado de São Paulo para pedir mais e melhores empregos, além de mais segurança e saúde no ambiente de trabalho", disse Sergio Luiz Leite, presidente da Fequimfar.

REAJUSTE PARCELADO

Com a inflação e o desemprego em alta, cresce a tendência de negociar reajustes parcelados nas campanhas salariais deste ano, mostrou reportagem publicada pela Folha no início deste mês.

O parcelamento já ocorreu em acordos firmados por 12 categorias profissionais de oito Estados, com data-base entre março e maio, segundo dados do Dieese.

Entre os que negociaram reajuste parcelado estão os metalúrgicos de GO, MG e RS; os operários da construção, mármore e granito do RJ; empregados do setor plástico de SC; professores de SP e do PA, e eletricitários e empregados de usinas e empresas do setor do álcool de SP.

De um total de 67 acordos realizados com usinas ou empresas do álcool, por exemplo, 27% (ou 18 acordos) foram fechados com INPC pago em duas vezes -em maio e novembro. Há ainda 20 negociações em andamento ou esperando decisão da Justiça e outras 29 foram fechadas com reajuste pago em uma única vez. A maior parte deles prevê correção de 8,34%, que corresponde a inflação medida pelo INPC no acumulado de maio de 2014 a abril de 2015.


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