Folha de S. Paulo


Petrobras retoma fornecimento de óleo à Eletrobras no Norte

A Eletrobras informou nesta terça-feira (5) que o fornecimento de óleo pela Petrobras às usinas termelétricas do Norte do país já foi normalizado, mesmo sem ter feito qualquer pagamento para abater o débito de R$ 850 milhões que tem com a outra estatal.

O fornecimento havia sido suspenso na sexta-feira (1º), por determinação da Petrobras, por meio da BR Distribuidora, devido à dívida, referente à compra de combustível.

A decisão da estatal de petróleo era fornecer apenas mediante pagamento à vista.

O fornecimento foi restabelecido nesta segunda-feira (4). As empresas estão em negociação para decidir como será paga a conta. A Eletrobras não explicou de que forma foi possível a Petrobras voltar a fornecer óleo.

A região Norte ainda é dependente do funcionamento de usinas térmicas para gerar energia elétrica, porque ainda não está completamente integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), conjunto de linhas que permitem o intercâmbio de energia entre todo o país.

Se a suspensão de óleo perdurasse por muito tempo, o fornecimento de energia aos consumidores do Norte poderia ter sido afetado.

Duas térmicas -a Termonorte 2, em Porto Velho, e a Mauá, em Manaus- geraram, entre sábado (2) e segunda-feira (4) menos energia do que o previsto por restrição de combustível, segundo os boletins diários do ONS.

De acordo com a Eletrobras, não houve corte de luz devido à falta de óleo porque a energia gerada a menos nas térmicas a óleo foi compensada por outras usinas.

NEGOCIAÇÃO

Para liquidar a dívida, o plano da Eletrobras é usar R$ 452 milhões de um financiamento de R$ 6,5 bilhões obtido junto a bancos estatais em julho, e estava negociando com a Petrobras como pagará os outros R$ 398 milhões.

O atraso no pagamento se deve ao não repasse, pelo Tesouro, de recursos da Conta de Consumo de Combustível, abastecida com recursos recolhidos nas contas de energia elétrica de todos os consumidores brasileiros.

Essa conta paga o uso de combustível das térmicas a óleo em todo o país.

A BR não comenta o caso, alegando sigilo comercial.


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