O principal índice da Bolsa brasileira opera em alta nesta quinta-feira (10), influenciado pelo forte avanço de mais de 4% das ações da Petrobras.
Os papéis acompanham o desempenho positivo registrado ontem pelos ADRs (recibos de ações) da estatal, negociados em Nova York, enquanto a Bolsa brasileira estava fechada devido ao feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo.
Segundo analistas, os ADRs subiram diante de especulações do mercado de que a derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha pelas semifinais da Copa do Mundo vai reduzir as chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) na eleição de outubro.
Na avaliação do mercado, os investidores enxergam a possibilidade de redução no uso de empresas estatais como instrumento político caso um outro partido ganhe as eleições de outubro.
Às 11h25 (de Brasília), o Ibovespa tinha ganho de 1,24%, para 54.300 pontos. O giro financeiro era de R$ 2,025 bilhões –acima da média do mês para as primeiras horas de negociações. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras avançavam 4,03% (a R$ 18,03 cada).
Como os ADRs são conversíveis em ações, analistas já apostavam que a Bovespa teria alta hoje para equilibrar os preços no país com os ganhos no exterior na véspera. Os ADRs da Petrobras tinham, às 11h25, ligeira alta de 0,07% (a US$ 14,99 cada).
Além da Petrobras, outras ações de estatais subiam na Bolsa brasileira nesta manhã. O Banco do Brasil tinha, às 11h25, alta de 3,08% (a R$ 26,04 por ação). No mesmo horário, as ações preferenciais da Eletrobras avançavam 1,51% (a R$ 10,74 cada).
Já a ação da Gol liderava as altas do Ibovespa, com valorização de 5,31% (a R$ 12,30). Os papéis também seguiam o ganho de 6,68% do seu ADR na véspera. Em relatório, o banco UBS ressaltou que a Gol e a TAM não perderão slots lucrativos no aeroporto de Congonhas, após o governo publicar as regras para a redistribuição desses espaços, determinando que as empresas entrantes tenham a maioria deles redistribuídos.
REFERÊNCIAS
No exterior, as referências nessa quinta-feira são negativas. "Os sinais de fragilidade da zona do euro, trazidos pela queda inesperada da produção industrial na França e na Itália, além do crescimento menor das exportações da China, não são bom argumento para o investidor ir às compras", diz o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, em relatório.
Aqui no Brasil, a indústria nas diversas regiões do país em maio repetiu o mesmo ritmo fraco de atividade em nível nacional diante de um consumo retraído, juros maiores, crédito restrito e maior concorrência de importados. Diante desse cenário, sete das 14 áreas pesquisadas pelo IBGE apresentaram queda no mês.
Os investidores digerem ainda a ata da última reunião do Federal Reserve (banco central americano), que ajudou a impulsionar as Bolsas de Nova York ontem. O documento revelou que a autoridade monetária dos EUA vai encerrar seu programa de estímulo econômico através da recompra mensal de títulos públicos e hipotecários até outubro deste ano, se as condições no país permanecerem favoráveis.
DÓLAR
No câmbio, o dólar ganhava força em relação às principais moedas internacionais diante da cautela com a economia europeia e sinais de desaceleração na China, além da ata do Fed.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,43% sobre o real, às 11h25, cotado em R$ 2,224 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,50%, para R$ 2,225.
O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4 mil contratos de swap (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por um total de US$ 198,8 milhões.
A autoridade também promoverá, até o final da manhã, um novo leilão para rolar até 7 mil contratos de swap que têm vencimento em 1º de agosto. Até o momento, o BC já rolou cerca de 15% dos contratos com prazo para o primeiro dia do mês que vem.
Com Reuters