Folha de S. Paulo


Produtos básicos chegam a 50,8% das exportações, maior fração em 34 anos

Os produtos básicos representaram 50,8% das exportações brasileiras no primeiro semestre, a maior proporção alcançada no período desde 1980, segundo informações divulgadas pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) nesta terça-feira (1).

Nos seis primeiros meses do ano anterior, estes produtos representaram 47,5% da pauta.

O avanço é proporcional as dificuldades enfrentadas pela indústria nacional, que vem sofrendo com a queda nas vendas ao exterior. Os manufaturados, os bens industrializados de maior valor agregado, representaram no período apenas 34,4% das vendas, ante fatia de 37,4% nos seus primeiros meses de 2013.

Em números absolutos, as vendas da indústria (manufaturados e semimanufaturados) caíram de US$ 57,4 bilhões de janeiro a junho do ano passado para US$ 51,4 bilhões no mesmo período deste ano.

Parte da derrocada se deve a situação de fragilidade da economia argentina, maior destino dos manufaturados brasileiros. As exportações para o país vizinho caíram 20% este ano frente ao primeiro semestre de 2013.

Em junho, a redução foi de 25,5%. O governo esperava que em junho houvesse recuperação nas exportações para o país vizinho diante do esforço recente para destravar o comércio bilateral e a formalização do novo acordo automotivo entre Brasil e Argentina.

Segundo o ministro Mauro Borges, ficou acertado que a Argentina não fará restrições ao fluxo de comércio, garantindo o acesso a dólares por parte dos compradores. Mas a queda na demanda é inevitável.

"Precisamos separar isso da condição econômica da argentina este ano. Ela vai ter uma taxa de crescimento menor e, consequentemente, sua taxa de absorção será menor", diz Borges.

BALANÇA COMERCIAL

O Brasil fechou junho com o melhor resultado de balança comercial para o mês desde 2011. As exportações superaram as importações em US$ 2,4 bilhões, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (1º) pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

O resultado positivo ajudou a diminuir o rombo no ano. O deficit agora é de US$ 2,5 bilhões, menor do que o registrado no primeiro semestre de 2013, quando ficou em US$ 3,1 bilhões.


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