Folha de S. Paulo


Bovespa cai quase 2% por EUA e rumor sobre melhora de Dilma em pesquisas

Rumores de uma recuperação da presidente Dilma Rousseff na próxima pesquisa eleitoral se somaram ao pessimismo nos EUA e levaram a Bolsa brasileira a amargar mais um dia de perdas nesta terça-feira (20).

O Ibovespa, principal índice de ações nacional, recuou 1,85% depois de passar mais da metade do dia no terreno positivo. Ontem, o índice já havia caído 1,15% com temores sobre a China.

Com poucos indicadores no Brasil e no mundo, a Bolsa sustentou uma alta tímida até a metade do dia. Passou a recuar levemente em linha com os mercados americanos, que refletiam resultados fracos no varejo.

No final da tarde, porém, o Ibovespa tombou para um recuo de 2%, puxado principalmente pela retração da Petrobras. A estatal vinha subindo mais de 2% e mudou de direção rapidamente - caiu mais de 5% em menos de 1 hora-até fechar em baixa de 3,5%.

Para os analistas, a virada rápida e intensa da petroleira sugere um movimento especulativo que tem se repetido na véspera de divulgações de pesquisas de intenção de voto. O Ibope divulga na quinta-feira um novo retrato da corrida eleitoral.

"O que a gente ouviu é que a pesquisa que vai sair na quinta-feira vai mostrar a Dilma crescendo. A minha impressão é que essa virada forte [do Ibovespa] pode estar por traz disso. Não acho que uma queda no mercado americano tenha sido capaz de provocar", afirma o analista da corretora Icap, Rogério Oliveira.

Nas últimas divulgações, as pesquisas vinham deflagrando valorização das ações de estatais.

A avaliação dos investidores é de que um novo governo poderia ter menor influência sobre a gestão das companhias públicas do que a administração de Dilma, que influenciou principalmente as empresas do setor elétrico ao anunciar a redução na tarifa.

No pregão desta terça-feira, a expectativa era contrária, de que Dilma mostrará uma recuperação.

Além da Petrobras, outra estatal também sofreu forte queda na Bolsa: as ações da Eletrobras recuaram mais de 3%.

"Está bem descolada de fundamento. Não tem porque ter essa volatilidade tão grande: uma euforia e depois um desconforto. Não tem nenhum dado que justifique. É a questão de expectativa mesmo, a questão política", avalia Thiago Souza, analista da XP Investimentos.

DÓLAR

A desconfiança internacional tiveram influência também no mercado de câmbio. O dólar comercial fechou em alta de 0,36%, cotado a R$ 2,217, e o dólar à vista ficou estável, em R$ 2,2153.


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