Folha de S. Paulo


Dois funcionários do Comperj são baleados durante protesto

Dois funcionários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), obra da Petrobras, foram baleados durante um protesto na madrugada desta quinta-feira (6), em Itaboraí, município da região metropolitana do Rio.

Agentes da 71ª DP (Itaboraí) afirmaram à Folha que o caso ocorreu por volta das 5h20 desta quinta, quando 20 funcionários teriam tentado bloquear os acessos à obra, no local conhecido como Trevo da Reta.

Eles protestavam contra o suposto atraso de dois meses de salários por uma das construtoras que prestam serviços para a Petrobras. De acordo com a polícia, dois homens passaram em uma motocicleta e atiraram contra os manifestantes.

Os dois trabalhadores foram levados para o hospital e, segundo a polícia, não correm risco de morte. Um foi atingido na mão e outro no abdômen. A polícia ainda não identificou os autores dos disparos.

PROTESTO

No final da tarde da quarta-feira (5), funcionários da obra fizeram um grande protesto às margens da Rodovia RJ-116 por melhores condições de trabalho no Comperj. Procurada, a Polícia Militar ainda não confirmou a quantidade de manifestantes. Agentes da 71ª DP disseram que o protesto reuniu cerca de 10 mil pessoas.

De acordo com a polícia, os manifestantes tentaram impedir a entrada dos funcionários e atearam fogo em um carro de som do Sinticom (Sindicato da Construção Civil de Itaboraí), que reúne trabalhadores da obra.

O Sinticom publicou em sua página uma nota de repúdio à depredação e colocou a responsabilidade do ato em um grupo, não especificado, que teria promovido protestos violentos no Comperj, em fevereiro de 2012.

Em nota, o sindicato afirmou que lamenta "o ato de vandalismo acontecido na manhã de ontem no Trevo da Reta, onde um grupo de vândalos incitados por aquelas mesmas pessoas que promoveram o 'quebra-quebra' no interior do Comperj em fevereiro de 2012, que levou a categoria a uma grande derrota com perdas irreparáveis nos direitos dos companheiros".

Procurada, a Petrobras ainda não se pronunciou sobre o assunto.


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