Folha de S. Paulo


Selic sobe para 10% ao ano; veja repercussão

O Banco Central subiu nesta quarta-feira (27) o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 0,50 ponto percentual, para 10% ao ano. É a sexta alta seguida da taxa.

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Veja a repercussão da alta em diversos setores.

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Fiesp e Ciesp

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse que o novo aumento é um erro, pois em 2013, enquanto os países emergentes devem registrar, em média, um crescimento de 4,5%, o Brasil registrará um crescimento próximo de 2,5%."Isso é muito menos do que precisamos".

"Essa política econômica já não funciona mais. Se queremos resultados diferentes, precisamos fazer diferente. O Brasil precisa de um novo foco na política econômica: maior controle dos gastos, mais investimento público, mais concessões e menores taxas de juros", completa ele.

Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

Para a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) o retorno da Selic aos dois dígitos "dificultará ainda mais a retomada do crescimento doméstico, principalmente se levada em consideração a perspectiva de redução da liquidez internacional em um horizonte próximo, quando o aumento do diferencial de juros exigirá novos aumentos dos juros básicos brasileiros", disse a instituição em nota

Confederação Nacional da Indústria

Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria) a alta inibirá a expansão dos investimentos privados. Destaca, ainda, que os reflexos da elevação dos juros sobre o comportamento da inflação são defasados, ocorrendo somente no início de 2014.

Reconhece, contudo, que o Copom deve continuar monitorando o processo inflacionário. "A desaceleração nos preços dos alimentos tem fatores sazonais. Eventuais choques de oferta podem reverter essa trajetória. Além disso, o fim do efeito das desonerações realizadas em 2013 sobre os índices tende a pressionar os preços administrados", destaca.

TRABALHADORES

Em nota, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) também criticou a decisão do Copom. "O Copom mostra que é surdo, pois não ouviu o clamor das centrais sindicais que ontem mobilizaram 3 mil trabalhadores em frente ao Banco Central e cobraram menos juros e mais emprego", afirma Carlos Cordeiro, presidente da confederação.

Para ele, "não há nenhuma justificativa plausível para elevar os juros. O Copom mais uma vez cedeu às pressões do mercado financeiro e dos especuladores", critica. Na visão da confederação, a inflação está controlada e o câmbio, estável, o que não serve de argumento para a alta da Selic.

Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de SP

Para a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) a decisão do Copom foi necessária para o combate da inflação, mesmo ponderando que o juro real ser elevado diante do fraco desempenho econômico.

O atual nível da Selic representa juro real de 4,25% -- a inflação acumulada pelo IPCA é de 5,5%. Apesar de o juro real ser elevado diante do fraco desempenho econômico, a FecomercioSP entende que a decisão do Copom foi necessária para o combate da inflação.

ACSP e Facesp

Já o presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Rogério Amato, diz que a alta terá implicações negativas para as atividades econômicas, cujo ritmo vem desacelerando nos últimos meses. "É preciso maior clareza e rigor da política fiscal, para que o Banco Central possa interromper a elevação da taxa de juros nos próximos meses".


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