Folha de S. Paulo


Bolsa avança sustentada por China e em linha com exterior; dólar cai

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, mantém a alta nesta segunda-feira (18) sustentado pelo bom humor internacional gerado pelo anúncio de reformas econômicas na China e pelo vencimento de opções sobre ações (aposta do mercado no valor futuro dos papéis).

Às 14h09, o Ibovespa tinha alta de 0,95%, aos 53.959 pontos.

Segundo Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, a repercussão do plano de crescimento da China é o principal motor que impulsiona a Bolsa hoje. "Os investidores aprovaram a maior parte das reformas da China, como a entrada de novos bancos privados e abertura da conta de capital", diz.

A China detalhou um plano no qual promete abrir seu setor financeiro e flexibilizar sua política de filho único, no programa mais ambicioso de reformas econômicas e sociais em quase três décadas.

O governo também pretende permitir maiores investimentos estrangeiros na economia, além de maior controle do mercado sobre preços administrados (combustíveis e energia, por exemplo), de acordo com relatório da Um Investimentos.

Para ele, outro fator que ajuda o Ibovespa a se manter em terreno positivo é o discurso feito na última quinta-feira (14) pela indicada à presidência do Federal Reserve (Fed, BC americano), Janet Yellen.

"A indicação de que o Fed não deve anunciar a retirada dos estímulos monetários já em dezembro anima os investidores, favorece o controle da política cambial brasileira, já que o dólar se mantém em patamares controlados, e é bom para a inflação e para os juros futuros", afirma.

Todos os meses, o Fed recompra US$ 85 bilhões em títulos públicos para estimular a economia americana. Parte do dinheiro vira investimentos em outros países, inclusive no Brasil.

O fim do programa de estímulos preocupa países emergentes, como o Brasil, que temem que suas moedas percam força em relação ao dólar.

No cenário doméstico, a expectativa de um reajuste do preço da gasolina já em dezembro favorece os papéis da Petrobras. As ações preferenciais (sem direito a voto) subiam 2,39%, a R$ 20,94, e as ordinárias (com direito a voto) avançavam 1,73%, a R$ 19,94.

Hoje é dia de vencimento de opções na Bolsa. De acordo com dados preliminares, o exercício de contratos de opções sobre ações movimentou cerca de R$ 3,7 bilhões na BM&FBovespa nesta segunda-feira.

O total inclui exercício de opções de compra e de venda e ficou acima do registrado no vencimento anterior, em 21 de outubro, que girou R$ 2,6 bilhões.

DÓLAR

O discurso de Yellen ajuda o dólar a cair nesta segunda. Às 14h07, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caía 1,96%, a R$ 2,273. O dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha queda de 2,06%, a R$ 2,274.

Nesta tarde, o Banco Central fará o quarto leilão de swap cambial tradicional para rolar os contratos que vencem em 2 de dezembro.

Serão ofertados 20 mil contratos para 1º de agosto de 2014. Depois da rolagem desta segunda, se acontecer integralmente, restarão cerca de US$ 6 bilhões para serem rolados do total de pouco mais de US$ 10 bilhões que vencem.

Nesta manhã, o BC ainda deu continuidade ao seu programa de atuações diárias, com a venda de 250 contratos com vencimento em 5 de março e 9.750 contratos com vencimento em 2 de junho de 2014. No total, o volume financeiro equivalente das operações foi de US$ 495,8 milhões.

Com Reuters


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