Folha de S. Paulo


Braskem volta ao lucro no 3º trimestre, mas vê 2014 com cautela

A maior petroquímica da América Latina, Braskem, voltou ao lucro no terceiro trimestre, mas fez previsões cautelosas para 2014, diante do baixo crescimento econômico do Brasil.

Segundo o presidente da empresa, Carlos Fadigas, o ano que vem não deverá ser de forte crescimento, apesar de eventos como Copa do Mundo e Eleições.

"Há um cenário de incerteza. Não apostaria nada que não seja (de crescimento da demanda por resina) em linha com o crescimento do PIB", disse nesta quinta-feira. Para 2013, a Braskem vê a demanda por resinas termoplásticas no Brasil em alta de 7% a 8%.

Mais cedo, a companhia anunciou que teve lucro líquido de R$ 394 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo no mesmo período de 2012 e no segundo trimestre deste ano, com apoio de desoneração fiscal para o setor.

Seu desempenho medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou de R$ 1,65 bilhão, salto de 77% sobre mesmo período de 2012. A margem passou de 10,1% para 15,4%.

O crescimento no Ebitda foi impulsionado por alta na diferença de preços entre resinas termoplásticas e petroquímicos básicos e o preço de insumos no mercado internacional. Essa diferença cresceu 29% no caso das resinas e 24% com relação aos petroquímicos básicos.

A Braskem fechou o trimestre com alta de 16% na receita líquida, a R$ 10,7 bilhões. Já o custo de produtos vendidos avançou 9%, a R$ 9 bilhões.

A companhia informou no balanço que setores mais dependentes de investimentos em infraestrutura no Brasil não indicam retomada da produção, após o consumo aparente de resinas termoplásticas entre julho e setembro cair 8% na base sequencial.

INVESTIMENTOS

Os investimentos da companhia somaram R$ 1,699 bilhão entre janeiro e setembro, ante a estimativa de investir R$ 2,244 bilhões no ano todo. Fadigas afirmou que a empresa ainda está fechando os números para 2014, que devem ficar levemente acima do estimado para este ano.

"Ano que vem tende a ser um pouco mais porque duas de nossas centrais terão paradas (para manutenção)", disse.

Apenas no Projeto Etileno XXI, no estado mexicano de Veracruz, o investimento deste ano somou R$ 716 milhões até setembro, acima dos R$ 536 milhões previstos para todo o ano.

Segundo Fadigas, isso ocorreu devido à desvalorização do real ante o dólar, à antecipação de equipamentos para a unidade, e à demora maior que o esperado para obter reembolso de impostos pagos na compra de máquinas no México. Mas Fadigas ressaltou que o projeto está dentro do orçamento e deve ser concluído no prazo, com início de operações em meados de 2015.

Questionado sobre a venda de ativos, o executivo disse que a petroquímica avalia se desfazer dos considerados não estratégicos. No fim de 2012, a empresa anunciou a venda da unidade de tratamento de água no polo de Camaçari.


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