O BNDES afastou o risco de um calote de até R$ 6 bilhões em recursos repassados ao grupo EBX graças à venda do controle de empresas de Eike nos últimos meses e à garantia dada por outros bancos a alguns financiamentos concedidos pela instituição.
O banco estatal, que não financiou a OGX e diz ter apenas 0,26% de papéis da petroleira em recuperação judicial (0,01% da carteira de ações do braço de participações da instituição, a BNDESpar), ainda corre um eventual risco de inadimplência em, ao menos, um grande empréstimo.
Trata-se do financiamento de R$ 190 milhões à reforma do hotel Glória, que está parada à espera da venda do empreendimento, em negociação com um grupo suíço. Esse é o único grande financiamento direto do banco público ao grupo EBX ainda sem solução.
Desse total, cerca de R$ 50 milhões foram liberados e a REX (empresa do grupo de investimentos imobiliários) mantém os pagamentos das parcelas do empréstimo em dia, segundo a Folha apurou. O crédito foi concedido no âmbito do programa do banco de apoio à expansão da rede hoteleira para a Copa de 2014 e contou com juros menores e condições especiais.
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A avaliação interna do BNDES é que o valor repassado para a reforma, que obedece o ritmo das obras, é proporcionalmente pequeno. O último repasse do banco foi em novembro do ano passado, segundo o portal "Transparência-Copa 2014)".
Dos R$ 6 bilhões em recursos liberados pelo banco estatal às antigas e atuais empresas de Eike, a maior parcela do risco do banco foi transferida com a venda do controle da MPX (atual Eneva) ao grupo alemão E.ON, conforme a Folha antecipou em setembro. A companhia tem um débito de R$ 4 bilhões.
Internamente, o BNDES vê como equacionado o problema, assim como com os empréstimos à MMX (mineração) e à LLX (logística), nas quais Eike também deixou de ser controlador. No caso da MMX, a dívida está em renegociação com os novos controladores. Já a LLX rolou o débito em três anos.