Folha de S. Paulo


Luxo deixa a Oscar Freire e volta para ela

A região da Oscar Freire, nos Jardins, está mudando de cara e vai mudar ainda mais. Algumas marcas luxuosas e que há mais de uma década fazem da região a "Fifth Avenue" brasileira saíram nos últimos dois anos e foram buscar abrigo em "templos do luxo" como os shoppings Cidade Jardim e JK Iguatemi.

Saem Christian Dior, Cartier e Ferragamo (esta última fecha as portas nesta semana) e entram grifes de moda mais acessível, que trazem mais fluxo e fazem a alegria de cafés e sorveterias.

'Personal shoppers' levam as roupas até você

"Não há motivos para pessimismo, a região da Oscar Freire está mudando de perfil e é para melhor", diz Anthony Selman, chefe de varejo da Cushman & Wakefield em São Paulo, que presta consultoria imobiliária para redes estrangeiras.

A popular Riachuelo inaugura uma loja-conceito na Oscar Freire no primeiro trimestre de 2014. Marcas internacionais de moda acessível, como Forever 21, H&M e Top Shop, também dariam tudo por uma vitrine na região.

"Estamos recebendo a Riachuelo de braços abertos. A mistura de marcas mais acessíveis com as internacionais de luxo é muito saudável", diz a presidente da Associação dos Lojistas da Oscar Freire, Rosângela Lyra, que acaba de deixar o comando da operação da Dior Brasil.

Danilo Verpa-24.out.13/Folhapress
A
A "personal shopper" Lula Romero

Mesmo com Riachuelos e afins, a região segue muito atraente para o alto luxo. Essas grifes estão em compasso de espera, aguardando a inauguração do Cidade Jardim Shops, empreendimento da JHSF que abrigará mais de 50 lojas em 5.000 m².

O espaço será totalmente integrado ao Hotel Fasano, com vitrines para as ruas Sarandi, Haddock Lobo e Vittorio Fasano.

As obras começam no ano que vem, com inauguração prevista para o início de 2015. Estarão presentes marcas como Dior, que saiu no início do ano da Haddock Lobo, e Hermès, que vai estrear na região. A Louis Vuitton, que fica localizada praticamente em frente ao novo shopping, vai só atravessar a rua.

LUXO CRESCE

O mercado de luxo brasileiro movimenta algo como US$ 13 bilhões. As estatísticas confiáveis são escassas, mas executivos do setor estimam alta de 8% neste ano. "É menos que em anos anteriores, mas é expressivo diante do baixo crescimento do país", diz o professor do MBA de Gestão do Luxo da FAAP, Sílvio Passarelli.

Enquanto o minishopping não fica pronto, Cidade Jardim e JK Iguatemi disputam as grandes marcas internacionais com alugueis camaradas e facilidades como reforma das lojas.

Segundo Selman, isso explica o tamanho de algumas dessas lojas de luxo, como uma Louis Vuitton de cerca de 1.500 m² no Cidade Jardim, ou uma Dolce&Gabanna com quase 700 m² no JK.

Na sua avaliação, muitas dessas lojas estão superdimensionadas, e a tendência é que tenham seus tamanhos reduzidos para dar espaço para outras marcas, sobretudo no JK.

Esse movimento já aconteceu e segue acontecendo no Cidade Jardim. Em breve, a Livraria da Vila, que desde a abertura ocupa quase 2.000 m², vai para um espaço de cerca de 1.000 m² no andar dos restaurantes.

A Folha apurou que o desejo da JHSF era atrair uma marca como a sueca de fast fashion H&M -mas esta preferiu estrear na Paulista e focar na classe C.


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