Assessores de Eike Batista farão um périplo por bancos em Nova York na semana que vem em busca de dinheiro para a recuperação judicial da OGX, esperada para ocorrer em até 15 dias, segundo apurou a Folha.
Os executivos tentarão acesso a uma linha de crédito especial oferecida a empresas que recorrem a esse processo. A preocupação no momento é não deixar a OGX parar. E o dinheiro em caixa está quase no fim.
O plano é pedir um crédito de US$ 500 milhões. A OGX precisa de US$ 300 milhões para manter sua operação até o fim do ano. A ideia, porém, é tentar um pouco mais para ter uma folga de caixa.
A agenda das reuniões ainda está sendo fechada, mas deve incluir Goldman Sachs, Credit Suisse e Barclays.
Para convencer essas instituições, a equipe de Eike vai oferecer como garantia as fatias da OGX no campo de Tubarão Martelo, onde tem como sócia a Petronas, e no bloco BS-4, onde mantém parceria com Queiroz Galvão e com Barra Energia.
A linha de crédito que Eike irá pleitear é conhecida como DIP financing, sigla em inglês para "debtor in possession". Os bancos que aceitam conceder esse crédito cobram taxas de juros elevadas e têm preferência no pagamento durante o processo de recuperação judicial.
A peregrinação pelos bancos tornou-se urgente diante da percepção de que são remotas as chances de sucesso em outras negociações.
Eike propôs aos credores no exterior que aportassem pelo menos US$ 250 milhões na companhia. Tentava ainda convencer a Petronas a honrar o primeiro pagamento prometido ao se tornar sócia da OGX, no mesmo valor.
Reuniões com ambos os grupos estão agendadas para a próxima semana em Nova York e em Kuala Lumpur, na Malásia. Mas é consenso de que se tornou improvável que um acordo saia antes que o dinheiro da OGX termine.
Eike planeja ainda apresentar novo relatório sobre o campo de Tubarão Martelo produzido pela consultoria DeGolyer & MacNaughton aos credores e à Petronas.
O documento trará uma redução das reservas estimadas para o campo. A ideia é dar uma prova de transparência, o que pode ser útil na recuperação judicial.