Após empregados da Andrade Gutierrez e da Camargo Corrêa terem morrido em canteiros de obras das construtoras, as empresas foram alvo de ações do MPT (Ministério Público do Trabalho) por descumprirem normas de segurança no trabalho.
Os processos contra as empresas somam R$ 26 milhões.
A Andrade Gutierrez foi processada pelo MPT no Amazonas após um trabalhador ter morrido em março nas obras da Arena da Amazônia --onde serão realizados jogos da Copa do Mundo de 2014. A ação requer o pagamento de R$ 20 milhões por dano moral coletivo.
Já a Camargo Corrêa foi alvo de uma ação do MPT de Rondônia devido à morte de dois trabalhadores nos meses de maio de 2011 e 2012 na hidrelétrica de Jirau, em Porto Velho (RO).
O MPT pede que a construtora seja condenada em R$ 5 milhões por dano moral coletivo e em R$ 1 milhão pela prática de dumping, ou concorrência desleal, pois teria barateado custos desrespeitando direitos trabalhistas.
O MPT conseguiu na Justiça antecipação de tutela que obriga a Camargo Corrêa a adequar imediatamente a segurança no canteiro de obras da usina.
A 12ª Vara do Trabalho de Manaus determinou ainda que a empresa cumpra normas para prevenir quedas de alturas, acidentes por mutilações e esmagamentos e mortes por explosões, sob pena de multa de R$ 20 mil por infração.
| Avener Prado - 23.mar.12/Folhapress | ||
 |
||
| Canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO) |
OUTRO LADO
Procurada pela Folha, a Andrade Gutierrez afirmou que pode contestar a decisão da Justiça, que dá à empresa um prazo de 30 dias para adequação do canteiro de obras da Arena da Amazônia.
A construtora disse ainda que a segurança de seus trabalhadores é "prioridade no canteiro de obras, onde inspeções internas e treinamentos de segurança são realizados diariamente junto aos trabalhadores".
A Camargo Corrêa não se manifestou até a publicação desta reportagem.