Folha de S. Paulo


Bovespa fecha em alta pelo quinto dia, puxada por Petrobras e Vale

Apesar da queda nas encomendas de bens duráveis feitas à indústria americana em março ter acendido um sinal amarelo entre os investidores nesta quarta-feira (24), o principal índice de ações da Bolsa brasileira fechou em leve alta de 0,18%, aos 54.984 pontos.

Esse foi o quinto avanço consecutivo do Ibovespa, influenciado principalmente pelo bom desempenho das ações ordinárias (com direito a voto) e preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) da Petrobras e da Vale. Esses papéis representam, juntos, 22,8% do índice.

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Refletindo a perspectiva para os resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano, as ações preferenciais e ordinárias da Vale fecharam o dia com altas de 0,72% e 0,53%, respectivamente, para R$ 32,10 e R$ 33,58.

Para o analista Luiz Caetano, da Planner Corretora, o resultado da mineradora deve ser influenciado positivamente pelo forte aumento dos preços do minério de ferro no início deste ano.

Já os papéis preferenciais e ordinários da Petrobras encerraram a quarta-feira com valorizações de 1,4% e 2,61%, nesta ordem, para R$ 19,45 e R$ 18,06. O movimento reflete as medidas do governo anunciadas ontem para incentivar a indústria do etanol e do setor petroquímico.

EMPRESAS DE EIKE BATISTA

Na contramão, as ações da OGX, empresa de petróleo de Eike Batista, caíram 1,94% hoje, para R$ 1,51 cada. Esses papéis possuem peso de mais de 5% no Ibovespa.

Segundo analistas ouvidos pela Folha, a queda da OGX reflete a falta de definições sobre a reestruturação das empresas do grupo EBX, que atravessam uma crise de confiança com os investidores.

Na noite de ontem, a companhia divulgou comunicado informando que "mantém permanentemente contato com vários investidores e existem diferentes possibilidades de negócios com diversas companhias, todas, porém, em estágio prematuro."

O documento, entregue à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), diz que as negociações, por estarem no início, não têm as "características necessárias a ensejar a sua divulgação ao mercado."

Reportagem da Folha publicada no domingo diz que a empresa negocia de forma avançada com a petroleira russa Lukoil, que pretende atrair como parceira, e com a malasiana Petronas, para quem deseja passar parte de um campo de petróleo para fazer caixa.

A MMX Mineração, que também pertence ao grupo EBX, fechou o dia em alta de 7,57%, para R$ 2,13 cada. Segundo analistas ouvidos pela Folha, o desempenho da ação reflete as especulações sobre o marco regulatório do setor, que deve ser divulgado em breve pelo governo.

REFERÊNCIAS EXTERNAS

Preocupando os investidores, as encomendas de bens duráveis nos EUA registraram em março a maior queda em sete meses e uma medida dos gastos empresariais planejados subiu modestamente, somando-se aos sinais de uma desaceleração na atividade industrial.

As encomendas de bens duráveis caíram 5,7%, uma vez que a demanda recuou praticamente de forma generalizada, informou o Departamento de Comércio nesta quarta-feira.

Na Europa, a confiança de negócios alemã em abril foi pior do que a previsão mais pessimista, caindo pelo segundo mês seguido ao passo que a maior economia do continente foi prejudicada pelos mercados de exportação da zona do euro e da China.

O resultado alimenta as perspectivas de redução dos juros na zona do euro pelo BCE (Banco Central Europeu), já em sua próxima reunião.

AGENDA DOMÉSTICA

Por aqui, o mercado esteve atento ao resultado do ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da FGV (Fundação Getulio Vargas), que interrompeu uma sequência de seis quedas consecutivas ao manter-se estável em 113,9 pontos em abril. O índice, no entanto, permaneceu no menor nível desde março de 2010 (111,6 pontos).

Já a taxa de desemprego no conjunto de sete regiões metropolitanas do país subiu para 11% em março, ante 10,4% em fevereiro, divulgou a Seade/Dieese (Departamento Intersindical e Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Os dados de inflação também seguem no radar do investidor brasileiro nesta quarta-feira. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou para uma alta de 0,54% na terceira quadrissemana de abril, depois avançar 0,65% no período anterior, informou a FGV.

Já o IPC de São Paulo subiu 0,17% na terceira quadrissemana de abril, ante variação positiva de 0,08% na segunda quadrissemana do mês, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Com agências de notícias


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