Folha de S. Paulo


Bovespa retoma fôlego e sobe, puxada por Petrobras e Vale; dólar avança

A queda nas encomendas de bens duráveis feitas à indústria americana em março acendeu um sinal amarelo entre os investidores nesta quarta-feira (24) e faz com que as Bolsas nos Estados Unidos oscilem próximas da estabilidade.

Aqui no Brasil, apesar da referência negativa vinda do exterior, o principal índice de ações da BM&FBovespa registra valorização, puxado pelo bom desempenho dos papéis da Petrobras e da Vale.

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Às 12h57 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,74%, para 55.292 pontos. No mesmo horário, as ações mais negociadas da Petrobras e da Vale subiam 1,82% e 1,97%, respectivamente, para R$ 19,53 e R$ 32,50. Esses dois papéis, juntos, representam mais de 17% do índice.

Na contramão, as ações da OGX, empresa de petróleo de Eike Batista, caíam 3,24% às 12h58, para R$ 1,49 cada. Esses papéis possuem peso de mais de 5% no Ibovespa.

Segundo analistas ouvidos pela Folha, a queda da OGX reflete a falta de definições sobre a reestruturação das empresas do grupo EBX, que atravessam uma crise de confiança com os investidores.

Na noite de ontem, a companhia divulgou comunicado informando que "mantém permanentemente contato com vários investidores e existem diferentes possibilidades de negócios com diversas companhias, todas, porém, em estágio prematuro."

O documento, entregue à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), diz que as negociações, por estarem no início, não têm as "características necessárias a ensejar a sua divulgação ao mercado."

Reportagem da Folha publicada no domingo diz que a empresa negocia de forma avançada com a petroleira russa Lukoil, que pretende atrair como parceira, e com a malasiana Petronas, para quem deseja passar parte de um campo de petróleo para fazer caixa.

REFERÊNCIAS EXTERNAS

Preocupando os investidores, as encomendas de bens duráveis nos EUA registraram em março a maior queda em sete meses e uma medida dos gastos empresariais planejados subiu modestamente, somando-se aos sinais de uma desaceleração na atividade industrial.

As encomendas de bens duráveis caíram 5,7%, uma vez que a demanda recuou praticamente de forma generalizada, informou o Departamento de Comércio nesta quarta-feira.

Na Europa, a confiança de negócios alemã em abril foi pior do que a previsão mais pessimista, caindo pelo segundo mês seguido ao passo que a maior economia do continente foi prejudicada pelos mercados de exportação da zona do euro e da China.

O resultado alimenta as perspectivas de redução dos juros na zona do euro pelo BCE (Banco Central Europeu), já em sua próxima reunião.

AGENDA DOMÉSTICA

Por aqui, o mercado esteve atento ao resultado do ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da FGV (Fundação Getulio Vargas), que interrompeu uma sequência de seis quedas consecutivas ao manter-se estável em 113,9 pontos em abril. O índice, no entanto, permaneceu no menor nível desde março de 2010 (111,6 pontos).

Já a taxa de desemprego no conjunto de sete regiões metropolitanas do país subiu para 11% em março, ante 10,4% em fevereiro, divulgou a Seade/Dieese (Departamento Intersindical e Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Os dados de inflação também seguem no radar do investidor brasileiro nesta quarta-feira. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou para uma alta de 0,54% na terceira quadrissemana de abril, depois avançar 0,65% no período anterior, informou a FGV.

Já o IPC de São Paulo subiu 0,17% na terceira quadrissemana de abril, ante variação positiva de 0,08% na segunda quadrissemana do mês, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

DÓLAR

O dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, registra alta em relação ao real nesta quarta-feira.

Às 12h50 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,18% em relação ao fechamento de ontem, cotado a R$ 2,024 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, estava estável, também cotado a R$ 2,024 na venda.

O resultado negativo do volume de pedidos de bens duráveis feitos à indústria americana em março estimula uma procura maior pelos investidores por ativos considerados mais seguros, como o dólar, o que faz a cotação da moeda subir.


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