O norte-americano Ben Lerner, 36, tornou-se conhecido do público mais amplo pelo romance "Estação Atocha" [trad. Gianluca Giurlando, Rádio Londres, 224 págs., R$ 35]. Ele, porém, iniciou-se na carreira literária como poeta.
| Jake Naughton/The New York Times | ||
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| O escritor Ben Lerner no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, cidade onde vive |
Depois de ter estreado com "The Lichtenberg Figures" (2004), lançou "Angle of Yaw" (2006) –seu primeiro livro de poemas traduzido no Brasil, sob o título de "Ângulo de Guinada" [trad. Ellen Maria, e-galáxia,R$ 14,90]. É autor também de "Mean Free Path" (poemas, 2010) e do romance "10:04" (2014).
Com "Ângulo de Guinada", disponível para venda em e-book a partir desta semana, Lerner foi finalista do National Book Award em 2006, tornando-se, aos 27 anos, um dos mais jovens escritores a competir pelo prestigioso prêmio –que, naquele ano, foi para "Splay Anthem", de Nathaniel Mackey.
Leia a seguir três poemas em prosa do livro.
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O terceiro estômago de um ruminante se chama folhoso, porque, ao seccioná-lo, suas dobras se desarmam como as folhas de um livro. Cortada enviesada a carambola tem forma de estrela e por isso a conhecemos como star fruit. Nosso povo frequentemente batiza os objetos segundo sua forma de destruí-los.
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A vista do voo do pássaro abstraída do pássaro. Você me cobre, disse o soldado na tela, que eu vou entrar. Temos a impressão de estar convencidos, mas de quê? E por quem? O público é um buraco hipotético, um campo de desaparição absoluta, desde onde emerge a matéria celeste. Acredito falar por todos, começa o presidente, quando digo estas últimas célebres palavras.
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Por toda a extensão dos Estados Unidos, debaixo da terra e na superfície, desde o fundo de um poço até o alto de um edifício em chamas, em aviões sequestrados e em minas desmoronadas, as pessoas estão usando seus celulares para fazer chamadas, não para pedir ajuda ou ar ou luz, mas informação.