Folha de S. Paulo


Morre violonista Chiquito Braga, que influenciou o Clube da Esquina

Morreu na tarde desta sexta-feira (22) o violonista mineiro Chiquito Braga, aos 81 anos, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi enterrado às 13h deste sábado (23) no Cemitério São Francisco Xavier, na região central da capital fluminense.

Braga é tido como figura emblemática da escola mineira de violão moderno, tendo criado uma sofisticada técnica harmônica a partir de bases do jazz e da música clássica, que influenciaria o Clube da Esquina.

Nascido em Belo Horizonte, Francisco Andrade Braga passou a infância no bairro Pedro II, onde ouvia "Pavane pour une Infante Défunte", de Maurice Ravel, tocar na igreja que frequentava.

Divulgação
O violonista mineiro Chiquito Braga
O violonista mineiro Chiquito Braga

Apreciador de compositores impressionistas, como Maurice Ravel, Claude Debussy e Modest Mussorgsky, ele passou a criar acordes diferentes dos usuais como uma forma de adaptar a música de orquestra ao violão.

Ele foi aluno do maestro pernambucano Moacir Santos, com quem estudou orquestração, harmonia, fuga e contraponto. Assim como seu mestre, o músico também era um multi-instrumentista, tendo domínio de viola de 12 cordas, cavaquinho e bandolim, além do violão e da guitarra.

Braga começou a carreira em conjuntos de baile nos anos 1950, antes de se mudar para o Rio em meados da década seguinte para integrar a Orquestra Arco-Íris, da TV Rio.

Ao longo da carreira, o violonista acompanhou artistas como Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Chico Buarque, Tom Jobim e Caetano Veloso. Participou de trilhas sonoras de novelas como "Irmãos Coragem", "Gabriela" e "O Cafona".

Em 2000, lançou o álbum "Quadros Modernos", com Toninho Horta e Juarez Moreira, dois de seus seguidores.


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