Folha de S. Paulo


Jimmy Smith fez do órgão instrumento solo e popularizou o soul jazz

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Capa do volume 25 da Coleção Folha Lendas do Jazz
Capa do volume 25 da Coleção Folha Lendas do Jazz

Antes que Jimmy Smith (1925 ou 1928-2005) surgisse no cenário musical, o órgão parecia destinado a um papel coadjuvante no jazz. Seu som era mais associado às igrejas, que utilizavam o instrumento em missas e casamentos.

O volume número 25 da Coleção Folha Lendas do Jazz, nas bancas no próximo domingo (3), conta a ascensão de Smith no final dos anos 1950 e sua responsabilidade pela criação e popularização do soul jazz, que ganharia as paradas na década seguinte.

A predileção desse exímio pianista pelo órgão provocou uma mudança radical no papel do instrumento. De simples acompanhante, às vezes utilizado apenas para dar um ar "estranho" à gravação, foi transformado por Smith em um instrumento de solo.

Curioso é que o maior inspirador do organista não tocasse teclados. O saxofonista Charlie Parker (1920-1955) era seu grande modelo. Muitas vezes Smith disse que gostava de pensar no órgão como um dos metais da banda.

Com 12 singles entrando na tabela dos 100 mais vendidos nos anos 1960, Smith tornou febre os trios de organista, guitarrista e baterista. Ele fazia a função do contrabaixo com os pedais do órgão.

Smith gravou mais de 90 álbuns, alguns clássicos, como "Home Cookin'" (1958) e "The Sermon!" (1960), e morreu enquanto dormia, em 2005. Sem um registro de nascimento confiável, o próprio organista não sabia dizer se tinha então 77 ou 80 anos.


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