Folha de S. Paulo


crítica

Trama sobre o Dia das Mães é superficial e repleta de clichês

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Especialista em histórias açucaradas, o octogenário Garry Marshall ataca novamente, agora com este melodrama sob medida para o Dia das Mães, no qual reencontra pela quarta vez Julia Roberts, que lançou ao estrelato em "Uma Linda Mulher" (1990).

O filme gira em torno de quatro famílias. Sandy (Jennifer Aniston) não aceita que o ex-marido esteja agora com uma mulher bem mais jovem e teme que esta ocupe seu lugar no coração dos dois filhos.

Duas de suas amigas, as irmãs Jesse (Kate Hudson) e Gabi (Sarah Chalke), decidem viver longe dos pais, grosseiros e racistas, pois suas escolhas familiares os desagradam.

Vizinha das irmãs, a adolescente Kristin (Britt Robertson) acaba de ter uma filha. Mas vive angustiada: quer encontrar a mãe biológica e saber por que foi abandonada.

Bradley (Jason Sudeikis) é viúvo de uma militar e desempenha o papel de mãe das filhas de 10 e 16 anos. Assim como acontece com Kristin, para Bradley o Dia das Mães desperta dolorosas lembranças.

Pequenas catástrofes e quiproquós rocambolescos acontecem com esses núcleos familiares um pouco antes do Dia das Mães, quando tudo se resolve como por magia.

Nessa apologia da família, Miranda (Roberts) é um estranho no ninho. Estrela de um canal de televendas e escritora de sucesso, ela é o estereótipo da mulher bem-sucedida que privilegiou a carreira em detrimento da maternidade. Mas no fundo ela guarda uma frustração. Figura insossa, ela parece perdida no meio de tantas mães devotadas.

Cheio de lugares-comuns e de sentimentalismo, "O Maior Amor do Mundo" é movimentado: as tramas se multiplicam, a narração pula sem parar, mas isso não é suficiente para esconder sua prodigiosa superficialidade.

O MAIOR AMOR DO MUNDO
(Mother's Day)
DIREÇÃO: Garry Marshall
ELENCO: Julia Roberts, Jennifer Aniston, Kate Hudson
PRODUÇÃO: EUA, 2016, 12 anos
QUANDO: em cartaz


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