Folha de S. Paulo


Engajamento de Lena Dunham vai de luta feminista a apoio a Hillary Clinton

Associated Press
This image released by HBO shows Lena Dunham in a scene from the HBO original series,
Lena Dunham, protagonista de 'Girls', série do canal pago HBO que estreia sua 5ª temporada

Se, em 2015, a despudorada autobiografia da criadora de "Girls" e as cenas de nudez (com o corpo cheinho, fora dos padrões) na trama dominaram o lançamento da quarta temporada da série, desta vez o assunto predominante foi seu engajamento no movimento feminista e na política.

Em setembro, Lena Dunham lançou com Jenni Konner, produtora-executiva de "Girls", a "Lenny Letter", revista eletrônica feminista com textos enviados por e-mail. A primeira edição trouxe uma entrevista de Lena com a pré-candidata democrata à Presidência dos EUA, Hillary Clinton, cuja candidatura a artista apoia.

Em 2017, quando "Girls" chegará ao fim, a roteirista, atriz e diretora fará uma série cômica sobre a segunda onda feminista nos anos 60, também para a HBO. Leia trechos da entrevista da qual a Folha participou.



Fim de 'Girls' em 2017

Desde a 3ª temporada começamos a pensar nisso. É muito importante que seja honesto. Os personagens são resilientes, criarão seus finais felizes. Não necessariamente tem que ter romance. O romance não vai ser o fator decisivo da vida deles, para mostrar que a felicidade pode vir além disso.

Feminismo

Um monte de mulheres jovens foram ensinadas que feminismo significa que você não gosta de homem ou que você é lésbica, ou que não quer estar num lugar de trabalho com figuras masculinas. Tudo isso, óbvio, não é verdade. Uma das melhores coisas que podemos fazer é falar sobre o que realmente o feminismo precisa. É um movimento como qualquer outro de direitos iguais, não sobre educar mulheres acima dos homens.

Críticas à biografia com sexo

A maior surpresa foi ver o quão puritano os EUA podem ser. Cresci em NY, num mundo em que amigos dos meus pais eram gays, tinham relação interessante com gêneros, falavam de e faziam arte sobre sexo. E ver que muitos americanos veem sexualidade como algo complicado foi marcante. Quando lancei o livro na Europa, ninguém se escandalizou com nada. As críticas aqui me fizeram lembrar que o lugar onde fui criada é diferente da maioria deste país.

Artistas engajados e Hillary

Não acho que tenha que ser obrigação um artista se posicionar politicamente. Mas, se você tem um forte desejo de mudar o mundo e de direção para onde seu país deveria ir, e você é sortudo de ter uma audiência, faz sentido usá-la. Não estou tentando forçar ninguém a votar, mas o cenário político é confuso e pude conhecer Hillary Clinton e aprender sobre a agenda dela. E posso compartilhar isso. Não me imagino num mundo em que Donald Trump seja presidente, mas repito: não sou a maioria dos americanos.

A jornalista LIGIA MESQUITA viajou a convite da HBO

NA TV
Girls
Estreia da 5ª temporada
QUANDO dom. (21), à meia-noite, na HBO


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