Folha de S. Paulo


Líder de banda que presenciou ataque em Paris defende porte de armas

Miguel Medina - 8.dez.2015/AFP
Hughes presta tributo às vítimas dos atentados em frente ao Bataclan, em Paris
Hughes presta tributo às vítimas dos atentados em frente ao Bataclan, em Paris

Sobrevivente do atentado que matou 130 pessoas em novembro do ano passado em Paris, o líder do Eagles Of Death Metal, Jesse Hughes, causou polêmica nesta terça-feira (16) ao defender publicamente o porte de armas, que é proibido na França e tema de debate nos Estados Unidos.

A banda se apresentava na casa de shows Bataclan, um dos alvos dos terroristas, no momento dos ataques. Do total de vítimas fatais, 90 morreram no local, incluindo o promotor do grupo Nick Alexander.

"O controle de armas francês impediu que alguém morresse no Bataclan? Se alguém puder responder que sim, eu gostaria de ouvi-lo, porque eu não acho que impediu", disse o músico em entrevista à emissora de TV francesa iTele.

"Eu acho que a única coisa que impediu foi alguns dos mais valentes homens que eu já vi na minha vida encarando a morte com suas armas de fogo."

Ao canal, o vocalista afirmou que seu ponto de vista sobre o assunto não mudou depois dos atentados, Ele argumentou que "até que ninguém mais tenha armas, todo o mundo deve ter".

O Eagles of Death Metal voltará a se apresentar na capital francesa nesta terça (16). Todos os sobreviventes do massacre no local foram convidados para o show, que acontece às 19h30 no horário local (16h30 no Brasil), na casa Olympia.

Hughes declarou que sente ter uma "responsabilidade sagrada" de terminar o show iniciado no Bataclan, que passa por reforma para reabrir ainda neste ano.

A banda tem passagem pelo Brasil agendada para março, com dois shows em São Paulo —incluindo a participação no festival Lollapalooza.


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