Folha de S. Paulo


Estilistas mulheres tentam redefinir ideia de glamour

Duas mulheres, um único propósito: acrescentar doses de glamour ao guarda-roupa feminino.

A tarefa da belga-americana Diane von Furstenberg e da venezuelana Carolina Herrera pode parecer simples, mas numa época em que a palavra "glamour" é sinônimo de qualquer vestido longo com alguma aplicação de brilho, suas coleções de inverno 2016, exibidas na semana de moda de Nova York, mostram que a beleza não é fácil de ser executada.

Stephen Chernin/Efe
Modelo durante desfile da grife Carolina Herrera na semana de moda de Nova York
Modelo durante desfile da grife Carolina Herrera na semana de moda de Nova York

Em sua coleção apresentada no último domingo (15), Furstenberg, guru por trás do "wrap dress" (o vestido-envelope dos anos 1970, amarrado na cintura), mostrou peças para o que chamou de "agentes duplos" –mulheres fatais que mostram e escondem a pele sem pudor.

Jaquetas de smoking dialogaram, na passarela, com vestidos de vermelho profundo e estampas florais. Não há nada austero apesar de a alfaiataria ser um ponto de partida para a imagem proposta.

O neofetiche proposto pela estilista se distancia das mulheres vestidas com couro preto. Contrapõe também elementos do guarda-roupa masculino e feminino para moças que, nas palavras de Furstenberg, "comandam seu próprio mundo".

ÁGUA

Nada fetichista, mas tão impactante quanto a coleção de Furstenberg, foi a apresentação de Carolina Herrera nesta segunda-feira (16).

Estilista famosa por seus vestidos criados para tapetes vermelhos de premiações como Oscar e Globo de Ouro, a venezuelana diz ter se inspirado na água para conceber sua coleção de inverno.

Os reflexos do mar sob a luz da lua parecem ter norteado a escolha da paleta de cores, com tons de cinza e azuis. O vermelho, marca da estilista, aparecia em pinceladas no busto das peças, construídas ora com silhueta ajustada, ora mais larga.

Recortes arredondados seguiam pelo comprimento dos vestidos como se reproduzissem as ondas do mar, que, ao fim, se quebravam em borrifadas de tinta estampadas nos vestidos curtos.

Uma elegância calma, sem arroubos fashionistas ou assimetrias desmesuradas, fizeram da coleção de Herrera uma das mais chiques desta temporada.


Endereço da página: