Folha de S. Paulo


Imelda Marcos tem parte de sua coleção de arte apreendida

A rede de notícias BBC informou nesta terça (30) que autoridades filipinas apreenderam parte da coleção de arte pertencente a Imelda Marcos, 85, viúva do ex-ditador Ferdinando Marcos.

O porta-voz do governo das Filipinas, Nick Suarez, confirmou que um número de pinturas havia sido retirado das propriedades de Marcos, mas que ainda "tem que determinar quais ou quantos."

Além de Picasso, Gauguin e Michelangelo, outras pintores cujas obras estão na lista do tribunal são Goya, Pierre Bonnard, Bernard Buffet, Pissarro e Miró.

Estima-se que a coleção pessoal de Marcos, que foi eleita para o congresso filipino em 2010, seja de 150 obras. As autoridades acusam a ex-primeira-dama de tê-las adquirido com dinheiro público durante o governo do marido, que durou de 1965 a 1986.

Romeo Gacad/AFP
Imelda Marcos em seu apartamento nas Filipinas, em 2007
Imelda Marcos em seu apartamento nas Filipinas, em 2007

A família é acusada de ter juntado cerca de US$10 bilhões (R$24,5 bilhões) em propriedades, joias, dinheiro e outros bens durante a ditadura. Imelda Marcos é conhecida pela enorme coleção de sapatos que possuía na época: a CNN informou, em 2006, que eram 3.000 pares.

O advogado de Marcos, Robert Sison, afirmou que o confisco e a ordem judicial são "altamente questionáveis" e que não estavam incluídos no caso que o governo filipino abriu contra a família há mais de uma década.

Apesar das inúmeras acusações de fraude e corrupção contra ela, Marcos jamais passou tempo na cadeia. Ela foi readmitida nas Filipinas em 1991, tendo fugido em 1986 para o Havaí após a queda do marido.


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