Folha de S. Paulo


Crítica: Na comédia 'Ervas Daninhas', cantada evolui para terrorismo

Nem sempre Alain Resnais está ocupado com o tempo, a criação ou a mente humana. Pode, mais prosaicamente, cuidar do desejo, como faz em "Ervas Daninhas" (Arte 1, 18h). Prosaicamente é, claro, modo de dizer: não há nada de nem longinquamente banal no assunto. E menos ainda no tratamento que lhe dá Alain Resnais.

Ali, Georges é o homem que começa a dar, de maneira obsessiva, em cima da dentista e aviadora Marguerite. Do incontrolável pode-se evoluir ao terrorismo: é o que ele faz quando esvazia os pneus do carro da mulher.

Mas, como aqui estamos, afinal, numa comédia, algo de bem mais sério pode acontecer quando, de repente, Marguerite começa a corresponder ao amor louco de Georges.


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