Folha de S. Paulo


Zubin Mehta rege filarmônica de Israel em SP

A Orquestra Filarmônica de Israel se apresenta hoje e amanhã, na Sala São Paulo, sob a regência de Zubin Mehta, em concertos organizados pela Federação Israelita do Estado de São Paulo.

No programa, composições familiares ao público. Na récita de hoje, a "Sinfonia nº 40", de Mozart (1788), e a "Sinfonia nº 5", de Gustav Mahler (1902). Na de amanhã, serão a "Sinfonia nº 1", de Brahms (1876), e a "Sinfonia nº 7", de Dvorák (1885).

Zubin Mehta, 77, é presença constante nas temporadas paulistanas. Aqui esteve ao menos dez vezes nos últimos 16 anos. Só com a Filarmônica de Israel, da qual é diretor musical desde 1977, apresentou-se cinco vezes.

Também veio com a Filarmônica de Munique e com o Maggio Musicale Fiorentino. Por duas vezes, regeu a Sinfônica de Heliópolis.

Mehta e os músicos israelenses detêm o recorde paulistano em concertos sinfônicos ao ar livre. Foi em 1997, no parque Ibirapuera, para estimadas 40 mil pessoas.

Maestros hesitam em trabalhar ao ar livre, porque a amplificação do som traz perda à acústica. "Mas de vez em quando eu não tenho nada contra", disse Mehta, em entrevista à Folha.

Na atual turnê, a Filarmônica de Israel já esteve em Bogotá, em Lima, no Rio e em Paulínia. De São Paulo, ela seguirá para Ribeirão Preto, Buenos Aires e Santiago.

Apesar da ampla agenda brasileira, o maestro, nascido na Índia e radicado nos Estados Unidos, disse não poder opinar sobre a evolução das preferências dessa parcela de seu público. "O que sinto é que as pessoas são sempre entusiastas, calorosas e amáveis", declarou Mehta.

Antes da atual turnê, Mehta regeu no Festival de Salzburgo, na Áustria, uma produção de "Falstaff", de Giuseppe Verdi. Passou em seguida dois dias no Pantanal mato-grossense ("Paisagem de alta espiritualidade"). Em sua próxima agenda, nos EUA, está uma das peças ainda inéditas em seu repertório, a ópera "Lohengrin", de Richard Wagner.

Há entre Wagner e Israel, onde Mehta possui vínculos sólidos, uma grande incompatibilidade. Por mais que o compositor alemão tenha morrido em 1883 -40 anos antes da ascensão de Hitler-, ele foi um ferrenho antissemita e teve sua obra incensada pelo Terceiro Reich.

"Não acredito que isso dure por mais tempo. Acho que muito em breve as coisas mudarão", disse Mehta.

FILARMÔNICA DE ISRAEL
QUANDO hoje e amanhã, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16; tel. 0/xx/11/3256-0223)
QUANTO de R$ 200 a R$ 500
CLASSIFICAÇÃO não informada


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