Folha de S. Paulo


Novo filme de Joaquin Phoenix é recebido com frieza em Cannes

O diretor americano James Gray fez cinco filmes na carreira. Quatro deles foram selecionados para competir pela Palma de Ouro em Cannes, mas o cineasta é praticamente um desconhecido nos Estados Unidos. E se depender da recepção da imprensa mundial a seu novo projeto, "The Immigrant", com Joaquin Phoenix, exibido nesta sexta-feira (24) no festival, a situação não deve mudar.

O longa foi recebido com frieza pela imprensa mundial --não apoiado pelo fato de estar no penúltimo dia do evento, quando o burburinho dos prêmios já está nas alturas. Escrito por Gray e Richard Menello, o drama acompanha Ewa Cybulski (Marion Cotillard), uma imigrante polonesa que chega aos Estados Unidos, em 1921, com a irmã tuberculosa, mas precisa deixá-la sozinha na quarentena por causa da doença.

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Enviada para a fila de deportação por "falhas de moral" na jornada para a América, Ewa consegue escapar da viagem de volta quando Bruno (Joaquin Phoenix) suborna um oficial e a leva para uma mistura de bordel, teatro e bar clandestino em Nova York. Uma série de eventos a leva a fugir e encontrar um mágico (Jeremy Renner), que a leva para os braços de Bruno novamente, onde ela é obrigada a trabalhar como prostituta.

Gray outra vez aposta em um triângulo amoroso subversivo onde a mulher é a grande força motriz das tragédias. Foi assim com a destrambelhada de Gwyneth Paltrow em "Amantes" (2008), que leva o traumatizado Joaquin Phoenix para atitudes extremas. Em "The Immigrant", Phoenix interpreta um personagem mais complexo, mas, de seu modo, apaixonado pela imigrante, ao mesmo tempo que precisa dividi-la com dezenas de homens e o mágico.

Há algumas leituras interessantes sobre a corrupção na América, tradição da família e a luta da moral contra a sobrevivência. No entanto, o verniz de dramalhão por cima dos temas torna "The Immigrant" tedioso e decepcionante no fim.


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