Folha de S. Paulo


The Hives promete muito suor no palco do Lollapalooza

Desde que alcançou o sucesso mundial, há mais de uma década, a banda sueca The Hives se caracterizou por se apresentar com ternos e gravatas, sempre nas cores preto e branco.

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O quinteto une esse resgate de uniformes, que foram moda entre grupos de pop e rock dos anos 1960, a performances de entrega total, com saltos e corridas pelo palco. O resultado: litros de suor a cada apresentação.

Em conversa por telefone com a Folha, o vocalista Pelle Almqvist não se mostrou preocupado com a chance de subir ao palco do Lollapalooza Brasil sob sol forte, no domingo, último dia do festival, que começa nesta sexta no Jockey Club de São Paulo.

Divulgação
Chris Dangerous (à esq.), Vigilante Carlstroem, Dr. Matt Destruction, Nicklas Arson e Howlin' Pelle Almqvist, os integrantes do The Hives
Chris Dangerous (à esq.), Vigilante Carlstroem, Dr. Matt Destruction, Nicklas Arson e Howlin' Pelle Almqvist, os integrantes do The Hives

Para piorar, nesta turnê o Hives tem adotado às vezes fraque e cartola no palco, que deixa os integrantes ainda mais sufocados.

A banda tem um "modelo verão" para aliviar o calor? "Não, de jeito nenhum. Nós adotamos essas roupas desde o início e podemos tocar até no inferno desse jeito. Nosso 'dresscode' faz parte das leis internas do grupo", explica Almqvist.

Essas tais "leis" parecem ser mesmo um assunto sério. O quinto álbum do grupo, lançado em 2012 após um hiato de cinco anos, tem o título "Lex Hives", algo como "leis do Hives".

"Mantemos a mesma formação, o mesmo estilo musical e a mesma atitude no palco porque seguimos nossas regras. Sim, existem as leis internas da banda, como a questão da roupa e a proposta de não usar sintetizadores", conta o vocalista, que não revela outras regras.

Além de seu regulamento, o Hives também é fiel a um rock incendiário, de guitarras rápidas, batidas marciais de bateria e muita energia. Som rude, de uma legítima banda de garagem que se orgulha do rótulo.

APELIDOS BIZARROS

"Queremos levantar o público, e isso a gente sabe fazer muito bem", diz o cantor, que usa o pseudônimo Howlin' Pelle Almqvist. Traduzindo, o "uivador" Pelle. Apelido justo, porque ele berra muito no palco.

Exceto o guitarrista Nicklas Arson, os outros integrantes também adotam nomes engraçadinhos: o baixista Dr. Matt Destruction, o baterista Chris Dangerous e o guitarrista Vigilante Carlstroem.

Formada em 1993, a banda lançou seu disco de estreia quatro anos depois, "Barely Legal", mas foi apenas com "Veni Vidi Vicious", de 2000, que passou a ser reconhecida em todo o mundo.

"Tyrannosaurus Hives", de 2004, manteve o sucesso do grupo nas paradas, mas a recepção a "The Black and White Album", em 2007, foi morna. Para muitos críticos, a banda parecia cansada.

"A gente nunca se cansa", diz Almqvist, exaltado. Para ele, não houve realmente uma parada tão longa antes do último álbum, já que eles lançaram em 2010 um EP de covers e colocaram uma música na trilha sonora do game "Grand Turismo 5".

Para tocar em um festival como o Lollapalooza, ele afirma que a banda vai só mostrar músicas conhecidas.

"Em um show só nosso a gente inventa muito. Mas, diante de milhares de pessoas que às vezes nem acompanham o nosso trabalho direito, que estão ali para ver outros grupos, vamos só tocar os hits, para agradar."

Almqvist disse gostar da escalação do Lollapalooza no domingo. "Vamos tocar no mesmo dia de Kaiser Chiefs e Hot Chip. É uma feliz reunião de bandas que gostam de se divertir. Eu, certamente, vou me divertir muito."

THE HIVES
QUANDO domingo (31), às 18h15, no Lollapalooza


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