O diretor da Companhia de Balé do Teatro Bolshoi, Sergei Filin, deu entrada nesta sexta-feira (18) em um hospital em Moscou, na Rússia, com queimaduras graves no rosto após ser atacado com um líquido identificado pela polícia russa como um tipo de ácido, segundo informaram as autoridades do país.
O ataque aconteceu durante a madrugada desta sexta em um estacionamento no centro da capital russa, onde "uma pessoa não identificada lançou um líquido no rosto" da vítima, segundo o Ministério do Interior, citado pela agência "Interfax".
Ao "Canal 1" da televisão russa, a polícia confirmou que Filin foi atacado com ácido e os médicos estão preocupados com sua visão, já que seus olhos foram muitos atingidos. A equipe que cuida do artista estima que ele necessitará de pelo menos seis meses para recuperar-se das queimaduras.
Ao jornal britânico "Guardian", a mãe de Sergei Filin, Natalia Filina, disse que seu filho tem sido alvo de ameaças por telefone e que ela saberia a identidade do autor do ataque. "Sabemos quem fez isso e já o denunciei à polícia. Meu filho tem sido ameaçado constantemente há um mês e ele era seguido. É uma tragédia, mas agora só podemos rezar e exigir justiça."
Os colegas de Filin no teatro russo, um dos mais importantes do mundo, relacionam o ataque com a atividade profissional do mestre na companhia de balé.
"Sergei sempre esteve ameaçado, desde que assumiu o cargo. Antes de sua chegada, seus antecessores também eram pressionados. Nunca tínhamos pensado que a guerra pelos papéis, não pelo petróleo ou por propriedades, pudesse chegar a esses extremos criminosos", lamentou a assessora de imprensa do Bolshoi, Katerina Novikova.
Os componentes do Bolshoi lembram que alguém furou os pneus do seu carro na véspera do ataque. Além disso, asseguram, a vítima era objeto de constantes ligações telefônicas ameaçadoras.
A polêmica e os escândalos perseguem o Teatro Bolshoi, a pérola das artes cênicas russas, cujo lendário cenário principal esteve fechado para obras durante seis anos e reabriu em outubro de 2011.
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| Sergei Filin, antes (esq.) e depois do ataque com ácido em seu rosto |
Com agências de notícias