Começa hoje a 16ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), que tradicionalmente abre o calendário anual brasileiro de festivais. O tema deste ano destaca a produção cinematográfica realizada fora do eixo Rio-SP.
Dos 131 filmes que serão exibidos ao longo da mostra, que vai até o próximo dia 26, 85 foram realizados em Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Paraná e Bahia. São 34 longas e 97 curtas.
A abertura terá uma homenagem à atriz paranaense Simone Spoladore e a exibição do longa paraibano "Onde Borges Tudo Vê", de Taciano Valério, às 21h, no Cine-Tenda.
A produção da mostra estima que o público total do evento deve chegar a 30 mil pessoas. O perfil da Mostra de Cinema de Tiradentes é ser um celeiro de jovens cineastas e vitrine para o exterior dessa nova cinematografia nacional.
Na mostra competitiva Aurora, voltada para jovens diretores com até três longas, cinco dos sete concorrentes são documentários.
"Poucas vezes vi o ´Aurora´ com tanta personalidade própria. Esta programação tem algo de estratégia política de percepção, de visibilidade e de discussão", afirma o curador Cléber Eduardo.
No ano passado, o cineasta brasiliense Adirley Queirós que venceu a mostra Aurora com o filme "A Cidade é uma Só?", que mescla ficção e documentário.
Como ocorre desde 2009, olheiros de festivais internacionais de cinema como Cannes, Amsterdam e Locarno irão à mostra em busca de filmes para exibir principalmente em suas mostras paralelas.
Entre os filmes que fazem parte da programação do evento estão "Otto", de Cao Guimarães, "Doméstica", de Gabriel Mascaro e "Claun - Parte 1: Os dias aventurosos", do carioca Felipe Bragança, do longa "A Fuga da Mulher Gorila".
Além da exibição de filmes, a mostra conta ainda com debates sobre temas como a produção e a crítica nacional. O crítico da Folha Inácio Araujo, por exemplo, participa de um debate sobre o filme "Eles Voltam", de Marcelo Lordello, no dia 20, às 11h.