Folha de S. Paulo


Competição com estrangeiros leva a maior ousadia das galerias

Investir em obras caras, efêmeras e impossíveis de vender na tentativa de turbinar a carreira de seus artistas deve deixar de ser só uma opção e se tornar em breve quase obrigação para galerias do país que terão de fazer frente à entrada de concorrentes de peso que chegam agora ao mercado nacional.

Galerias do país apostam cada vez mais em obras caras, efêmeras e invendáveis

Enquanto a White Cube, a segunda maior galeria do mundo, abriu no mês passado uma filial em São Paulo, a expectativa é que a norte-americana Gagosian, a casa mais poderosa do planeta, abra um espaço no Rio neste ano, seguida da britânica Alison Jacques, que representa com exclusividade o espólio da artista Lygia Clark.

"Não sinto ainda o impacto da White Cube, mas vejo a consequência de um mercado mais aberto", diz Socorro de Andrade Lima, da galeria Millan. "Com isso, vamos nos reciclando, fazendo mudanças, não só pela competição mas também por demandas dos artistas e da arte."

Luisa Strina, que também investe em mostras de caráter institucional, enxerga esse movimento nos últimos anos como consequência do peso maior que São Paulo vem conquistando no circuito global das artes visuais.

"Tem muitos curadores e instituições de fora vindo para cá", diz a galerista paulistana. "Isso estimula e dá incentivos para o artista. Mesmo que seja difícil vender, a galeria tem a obrigação de fazer esse tipo de mostra."


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