Folha de S. Paulo


Designer transforma 'invenções malucas' de crianças em objetos reais

Uma escova de dentes que já vem com pasta, um óculos que permite ver o que está atrás de você, um dispositivo para puxar a última batata chips da embalagem.

Pense em todas invenções malucas que já passaram pela sua mente, mas que você nunca pensou que poderiam sair de lá.

Pois um artista britânico mostrou que trazer essas engenhocas imaginárias para o mundo real não é impossível. Ele transformou as invenções de mais de 20 crianças de 4 a 12 anos –e de alguns adultos também– em objetos palpáveis (veja sete deles abaixo).

Durante duas semanas, Dominic Wilcox –um designer que vive em Londres de criações como sapatos com GPS ou carros do futuro – visitou 19 escolas e instituições em sua cidade natal, Sunderland, no norte da Inglaterra.

Ele apresentou objetos que já inventou e encorajou cerca de 600 alunos e pais a colocar no papel ideias que ajudariam a resolver problemas do dia a dia. "Foi uma grande mistura de criações práticas e fantásticas", conta.

"As crianças têm alguns problemas que você não consegue nem imaginar", diz, se referindo a uma menina de 5 anos que desenhou um guarda-chuva para joaninhas. "Pensando bem, talvez a chuva realmente seja um problema para os insetos."

Wilcox levou as invenções a uma dezena de produtores locais, que escolheram algumas e tiveram cerca de um mês para fabricá-las. As crianças se encontraram com esses "fazedores" para explicar exatamente no que haviam pensado.

Wilcox apelidou a iniciativa de "Inventors Project" (projeto dos inventores, em português), e organizou uma mostra na própria cidade para expor todas as criações durante o mês de janeiro.

"Quando crescemos, perdemos a liberdade de imaginação. Começamos a nos preocupar com tudo, se aquilo vai ser prático, se vai resolver o problema ou não", ele acredita. "Colocamos limitações que nos fazem parar de pensar tão alto como as crianças."

Dominic Wilcox conta que sempre foi um garoto criativo, "mas não brilhante, só uma criança normal". Descobriu que podia transformar suas ideias em coisas reais durante a faculdade de artes que cursou, aos 19 anos, quando um professor mostrou algumas invenções.

"Eu ainda tenho os mesmo pensamentos, mas antes eles estavam dentro da minha cabeça; agora posso mostrá-los para outras pessoas."

Se ele continua sendo uma pessoa "normal"? "Acho que vivo muito tempo dentro da minha imaginação. Sou uma pessoa normal, com um trabalho um pouco diferente."

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Projeto dos Inventores


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