Folha de S. Paulo


Na seleção brasileira de minicraques, centroavante Jô é o titular do ataque

Nesta seleção, Fred não está, e Lucas Leiva ganhou uma vaga no meio-campo.

Os minicraques da seleção brasileira, febre em 1998, voltaram ao mercado, para alegria de crianças e colecionadores nem tão jovens assim.

A Soccerstarz, empresa que domina o mercado na Europa e na Ásia, escolheu o Mundial para reintroduzir no Brasil as miniaturas de jogadores. Nos mercados em que atua, a empresa estima ter vendido cerca de 180 milhões de bonecos desde 1999.

A coleção tem 15 bonecos de aproximadamente 4 cm, dentre os quais, apenas Lucas Leiva, do Liverpool, não foi chamado por Felipão.

"A gente produziu de acordo com o ritmo de convocações nos últimos anos. Tivemos de fazer apostas", explica Leonardo Albuquerque, diretor do braço brasileiro da companhia.

Os bonecos podem ser encontrados separadamente ou em lotes de 11, 9 ou 7, no site da empresa.

"Foram cerca nove meses de negociações com cada jogador", conta Leonardo.

Houve casos em que o acordo não saiu.

"Procuramos o Fred constantemente, mas o estafe dele não quis assinar contrato", conta Leonardo.

Assim, a empresa teve de correr atrás de um substituto.

"Precisávamos ter um centroavante na coleção e negociamos com o Jô a toque de caixa. Por sorte, deu certo", diz. Surpresas da lista, como Fernandinho e Henrique, também não tem suas miniaturas.

"O Fernandinho existe na coleção vendida na Europa, mas não no Brasil", diz.

Depois de o acordo feito, a empresa avalia várias fotografias e faz moldes de gesso para, enfim, produzir os bonecos de PVC.

"O processo de criação leva uns três meses, mas pode até demorar mais", explica Leonardo.

RARIDADES

A versão dos minicraques de 1998, com o dobro do tamanho da atual, surgiu em uma promoção da Coca-Cola, com 28 personagens.

Houve uma coleção semelhante na Argentina, no mesmo ano, com 16 jogadores.

Um dos bonecos mais disputados era o de Romário, que acabou cortado da lista de convocados.

Jogadores como pouca chance de disputar o Mundial, como Renato Gaúcho e Oséas, também tiveram suas miniaturas, que ganharam ares cult. Treze bonecos representam atletas que não foram ao Mundial.

Na coleção argentina, também houve duas miniaturas de jogadores não-convocados: Díaz e Rizzo.

O minicraque triplo, com Ronaldo, Romário e o então capitão Dunga reunidos, também era muito procurado.

Em sites de venda na internet, bonecos da coleção da Coca-Cola podem ser encontrados por até R$ 35 em casos de jogadores mais raros, como o volante Flávio Conceição e o goleiro Taffarel.

Nas proximidades da Praça da República, minicraques disputam espaço com outras miniaturas nas vitrines das lojas especializadas em miniaturas e brinquedos antigos.

"A copa esquentou bem as vendas", conta João Roberto, dono de uma loja em uma galeria na rua Sete de Abril.

O mercado de colecionadores deste tipo de miniatura também é amplo.

Um minicraque de Pelé, por exemplo, pode custar até R$ 580 em sites especializados.

Miniaturas como a de Ronaldo com a camisa do Barcelona, feita pela empresa japonesa Ban-Dai, e o minicraque do técnico José Mourinho, produzido pela chinesa Kodoto, também fazem sucesso entre colecionadores.

CLUBES

Segundo Leonardo Albuquerque, da Soccerstarz, os minicraques da seleção são apenas um balão de ensaio para planos futuros.

"Clubes do Brasil já tem conversado conosco e podem surgir itens nacionais no segundo semestre", conta.

Na América do Sul, a seleção do Uruguai também tem seus minicraques.

Na Europa, além das seleções de Bélgica, Inglaterra, Dinamarca, Alemanha e Escócia, 14 clubes, como Chelsea, Barcelona e Paris Saint-Germain, têm miniaturas oficiais


Endereço da página:

Links no texto: