Folha de S. Paulo


De olho na Rio-2016, Djokovic começa busca pelo ano perfeito

Novak Djokovic, 28, chega ao Aberto da Austrália, primeiro grande torneio de tênis do ano, que começa na noite deste domingo (17), com boas chances de iniciar uma temporada histórica no esporte.

Pentacampeão em Melbourne, ele estreia contra o sul-coreano Hyeon Chung, 51º do ranking mundial, na madrugada de segunda (18).

Líder da lista da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) com quase 8.000 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o britânico Andy Murray, o sérvio tenta ser o primeiro tenista homem desde 1969 a "fechar" o Grand Slam em simples.

O feito significa ganhar os quatro principais torneios da temporada internacional de tênis (Abertos da Austrália e dos EUA, Roland Garros e Wimbledon) no mesmo ano.

A possível marca ganharia ainda mais peso com uma conquista inédita nos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto, prioridade para o sérvio.

Djokovic iniciou 2016 com performances convincentes e venceu o ATP 250 de Doha, no Qatar, há uma semana. Na decisão, superou o espanhol Rafael Nadal (5º do mundo) perdendo apenas três games.

"Parecia que ele estava enfrentando um juvenil. O Djokovic jogava o Nadal de um lado para o outro, fazia o que queria", afirma à Folha o ex-tenista profissional Alessandro Guevara, hoje dono de uma escola de tênis no Rio.

Guevara aposta em mais uma temporada dominante do sérvio. "Acho que ele terá, não só o melhor ano da vida dele, mas o melhor ano de um tenista em todos os tempos."

O argentino Walter Preidikman, conhecido como Gringo, que treinou Fernando Meligeni, diz que Djokovic elevou o nível do tênis a um ponto que nem o suíço Roger Federer (3º) havia conseguido.

"Se existisse um jeito de os dois jogarem [um contra o outro] nos seus melhores momentos, acho que o Djoko de hoje levaria vantagem", diz.

De acordo com os sorteios das chaves do Aberto da Austrália, Djokovic pode enfrentar Federer na semifinal.

Para Gringo, a capacidade de manter um ritmo intenso durante toda a partida diferencia o líder do ranking. "Tem gente com golpes mais limpos e melhores que os dele, mas ele é mais objetivo que os outros. Não faz coisa à toa, é obcecado pela perfeição."

Gringo também espera que o sérvio alcance o Grand Slam neste ano, mas enxerga em Roland Garros, único torneio desse porte que ele nunca venceu, o principal desafio.

"Não por incapacidade dele, mas é duro jogar sete jogos em melhor de cinco sets durante duas semanas."

Em 2015, Djokovic perdeu a final do Grand Slam francês para o suíço Stan Wawrinka (4º) e a chance de ganhar os quatro maiores torneios no ano. Ele já tinha vencido na Austrália e mais tarde ficaria com os troféus de Wimbledon e do Aberto dos EUA.

O último a conseguir "fechar" o Grand Slam foi o australiano Rod Laver, no segundo ano da era profissional do tênis (1969) –ele fez o mesmo em 1962, na era amadora.

PENSAMENTO NA RIO-2016

Em entrevista ao jornal britânico "The Telegraph", publicada nesta semana, o sérvio Novak Djokovic contou que já vive a expectativa pelos Jogos Olímpicos do Rio.

Ele disse que considera o torneio a sua prioridade para o ano e que pretende chegar com antecedência ao Brasil para se acostumar com as condições para o jogo.

"Estou ansioso pela cerimônia de abertura e por estar ao lado de alguns dos melhores atletas do mundo", disse o sérvio, que participou dos Jogos de Londres-2012 e Pequim-2008 –neste, conquistou a medalha de bronze.

Na Rio-2016, ao todo, serão 172 tenistas (86 homens e 86 mulheres), com o máximo de seis de cada gênero por país.

A classificação para a Olimpíada se dará pelo ranking mundial que será divulgado em 6 de junho –há outros pré-requisitos, como ter defendido o país em Copa Davis (torneio entre nações) ou Fed Cup (versão feminina).

Além das simples, haverá disputas em duplas e duplas mistas. O Brasil terá vagas em todas as disputas.

RAIO-X
NOVAK DJOKOVIC

NASCIMENTO

22.mai.1987 (28 anos),

em Belgrado (Sérvia)

TÍTULOS NA ATP

0 PRÊMIOS EM DINHEIRO

US$ 94.251.218

TAÇAS DE GRAND SLAM

- Aberto da Austrália (2008, 2011, 2012, 2013 e 2015)

- Wimbledon (2011, 2014 e 2015)

- Aberto dos Estados Unidos (2011 e 2015)

- Roland Garros: não venceu


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