Folha de S. Paulo


Kalil acha que não tem lei no futebol, diz secretário-geral da CBF

Bruno Cantini/Divulgação
Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG e CEO eleito da Primeira Liga
Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG e CEO eleito da Primeira Liga

O clima entre a Primeira Liga e a CBF está cada vez pior. Secretário-geral da confederação brasileira, Walter Feldman rebateu as últimas declarações de Alexandre Kalil, presidente da liga, e afirmou que a postura do dirigente cria dificuldades para a realização da competição.

A ida do atleticano à sede da entidade na última semana com dois familiares causou polêmica e críticas internas. Em entrevista à Folha, Kalil acusou a CBF de ser a responsável por vazar a informação com intenção de causar problemas no novo grupo, o que ele chamou de "jogo sujo".

Em contato com a reportagem, Feldman afirmou que o presidente da Primeira Liga foi ao Rio de Janeiro com ameaças e agressões.

"Fizemos uma longa reunião com o Kalil. Ele falou: ou eu saio daqui com a aprovação da CBF ou a gente vai fazer do mesmo jeito. A gente pediu para ele sentar e ouvir, conversar. Falamos a ele que tem regras e regulamentos a serem cumpridos, toda uma estrutura a ser respeitada. Ele se assustou e falou: 'não há leis no futebol, é só querer no futebol, damos um jeito. Não tem lei'. E começou a ficar agressivo", disse o secretário-geral.

Gabo Morales - 26.jun.2012/Folhapress
Walter Feldman, secretário-geral da CBF
Walter Feldman, secretário-geral da CBF

"Recebemos um monte de agressões, ameaças, mas não falamos nada porque ele estava na casa do futebol. Essa postura dificulta muito. Ele podia sentar para resolver, mas ele é muito difícil. Nós deixamos quatro diretores nossos cuidando disso, para ajudar e encontrar o caminho. Pessoas com poder de decisão. Viemos para fazer dar certo. Ainda vamos tentar, mas a postura dificulta", afirmou.

O dirigente disse que a CBF não vazou a informação de que dois familiares de Kalil participaram da reunião no Rio de Janeiro.

"A CBF não fica vazando coisas. Ela só fala em entrevista, essa é a orientação que temos aqui dentro. Não falamos em off. Alguns dirigentes nos perguntaram quem veio aqui e a gente respondeu. Sem nenhum juízo de valor sobre isso. Apenas respondemos. Ficamos quietos até este momento, só recebendo agressões. Ele queria passar por cima das coisas, das leis e estruturas. Onde já se viu isso?", defendeu.

"O pessoal estranhou, sim [a presença de familiares de Kalil]. Mas a prática de desmoralizar não faz parte da CBF. Eu vejo isso de forma tranquila, estão se organizando", terminou.

Procurado, Kalil não atendeu às ligações da reportagem.


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