É no quintal da sua casa que Filipe Toledo, 20, vai buscar a liderança do Mundial de surfe. A próxima etapa, que começa nesta quarta-feira (9), será realizada em Trestles, San Clemente, Califórnia, justamente onde Filipinho mora. A primeira chamada será às 11h30 (de Brasília).
O paulista divide a quarta colocação da competição com o australiano Julian Wilson –ambos estão com 33.200 pontos. A liderança continua com Mineirinho, que tem 34.950 e é seguido de perto pelo australiano Mick Fanning, segundo colocado com 34.700 pontos.
Se vencer esta que é a oitava das 11 etapas do Mundial, Toledo assume a liderança sem depender de outros resultados.
"Trestles é minha segunda casa. É onde eu mais treino, como o quintal de casa. É a onda que eu mais gosto e fico muito à vontade nesse lugar. Para os surfistas profissionais, é como um parque de diversão", disse Filipinho em entrevista para a Folha.
O surfista, que nasceu e vivia em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, se mudou para os Estados Unidos com toda a sua família em 2014. A decisão foi tomada em conjunto entre eles.
"Isso ajudou na minha carreira como profissional. Ficou mais fácil viajar, estar perto dos patrocinadores, melhorei meu inglês. Isso faz com que eu evolua dentro da água também", afirmou.
Diferentemente de Teahupoo, local da etapa anterior, Trestles propicia a realização de muitas manobras, como os aéreos, que é quando o surfista 'voa' sobre a onda.
Este é um dos movimentos que Filipinho mais gosta. Se bem feito, consegue arrancar grandes notas dos juízes.
No Rio de Janeiro, terceira etapa do Mundial, em maio, ele deu show com seus aéreos e venceu até com certa facilidade.
"Vou dar trabalho [para os outros surfistas], porque é uma onda que gosto muito. Estarei com um grande suporte, minha família, meus patrocinadores, meu shaper [que cuida das pranchas]. Está tudo muito certo. Acho que sou um dos favoritos", afirmou.
Além do Rio, Filipinho já tem outra vitória nesta temporada, que foi em Gold Coast, na Austrália, primeira etapa do ano. Na última, em Teahupoo, no Taiti, ele ficou na nona colocação.
O resultado poderia até ter sido melhor, mas o paulista revelou que surfou a bateria da quinta rodada com uma lesão no braço. Na ocasião, não pegou nenhuma onda contra o também brasileiro Ítalo Ferreira e acabou eliminado.
Filipinho se lesionou enquanto surfava em Teahupoo, uma das praias mais perigosas por causa das grandes ondas e da bancada de corais.
"Eu peguei uma onda e tentei encaixar um tubo, mas caí e bati na bancada. Contra o Ítalo, fiquei esperando uma onda muito boa para não ter que ficar fazendo força no meu cotovelo, gastando energia. Estava doendo demais. Agora estou melhorando. Está doendo um pouco ainda por causa da inflamação, mas estou quase lá", afirmou.
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