Folha de S. Paulo


Antes de Kardec, Zetti e Evair também trocaram Palmeiras pelo São Paulo

Deixar o Palmeiras e ir diretamente para o São Paulo, como Alan Kardec está prestes a oficializar, não é algo novo no mundo do futebol.

Antes do centroavante decidir trocar o Palestra Itália pelo Morumbi, outros jogadores se aventuraram. Alguns tiveram sucesso, enquanto outros tiveram trajetória apagada.

Um dos casos mais famosos é o do ex-goleiro Zetti. Ele defendeu o Palmeiras no período do jejum de títulos. Primeiro em 1983 e depois entre 1986 e 1989. O time vivia em crise e sob pressão da torcida. O jogador teve bons momentos, mas também amargou períodos ruins. Chegou até a quebrar a perna, em novembro de 1988, e teve de ficar oito meses sem jogar.

Tudo mudou quando ele foi para o São Paulo, após iniciativa própria. O jogador passou a ser dono do próprio passe e negociou a ida ao time tricolor.

Ficou na reserva de Gilmar por alguns meses, mas assim que o camisa 1 saiu assumiu a condição de titular e ficou firme até 1996. Foi campeão de 13 torneios oficiais, entre eles os Mundiais de 1992 e 1993, as Libertadores de 1992 e 1993 e o Brasileiro de 1991.

Até hoje Zetti é saudado pelos torcedores do São Paulo. Fez 426 jogos.

Outro caso conhecido é do ex-atacante Evair. Mas não é um caso de sucesso como o de Zetti. Ele defendeu o time alviverde entre 1991 e 1994 e depois em 1999, quando foi um dos heróis da conquista da Libertadores. No início de 2000, foi contratado pelo São Paulo, mas não empolgou.

Ao contrário da fase vivida nos clubes anteriores, quando sempre ocupava o posto de goleador, Evair virou o "garçom" do time. Dava mais assistências, mas os gols eram escassos. Ficou um semestre no time, tempo suficiente para sagrar-se campeão do Paulista e vice da Copa do Brasil. Foram 31 jogos e só nove gols.

Outros dois casos, esses mais recentes, são dos laterais Lúcio e Ilsinho.

O primeiro teve um bom início no Palmeiras durante a disputa da Série B, mas se desgastou após uma tentativa frustrada de ir para o Corinthians em 2004. Permaneceu no clube alviverde por mais duas temporadas e, em 2006, foi emprestado por um breve período ao São Paulo.

No time tricolor, teve poucas oportunidades.

Já Ilsinho foi mais polêmico. Ele foi acusado de abandonar o Palmeiras e ir para o São Paulo, em uma manobra semelhante ao caso Kardec.

O contrato de Ilsinho com o Palmeiras estava próximo do fim e a renovação virou uma novela. Sem divulgar nada, o São Paulo se aproximou do jogador e do empresário Wagner Ribeiro e começou a negociar. O jogador tinha 20 anos e era bastante promissor. Acabou seduzido pela proposta tricolor e deixou a equipe alviverde.

No São Paulo, participou da campanha do bicampeonato do Brasileiro de 2006 e 2007. Depois foi jogar no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Ainda retornou ao São Paulo em 2010, mas sofreu com várias lesões e não empolgou.

OUTROS CASOS

Outros jogadores também defenderam o São Paulo após passagem pelo Palmeiras, mas não foram transferidos diretamente como Kardec.

O ex-volante César Sampaio, destaque do Palmeiras entre 1991 e 1994 e entre 1999 e 2000, defendeu o São Paulo brevemente em 2004. O ex-atacante Luizão, goleador alviverde entre 1996-1997, também passou pelo São Paulo em 2005 e sagrou-se até campeão da Libertadores daquele ano.

Rivaldo foi outro. Ele brilhou no Palmeiras entre 1994 e 1996, mas teve uma passagem bastante apagada no São Paulo em 2011. Já o ex-atacante Christian não deixou saudade em nenhum dos clubes. No Palmeiras ele jogou em 2002, enquanto no São Paulo ele jogou entre 2005 e 2006.

Já Léo Moura teve passagens relâmpagos pelos clubes. Defendeu o Palmeiras em 2002, e o São Paulo, em 2003.

Outros dois casos conhecidos são os de Leivinha, ídolo alviverde entre 1971 e 1975, mas com uma breve passagem tricolor em 1979. E o de Júnior, lateral esquerdo campeão da Copa do Mundo-2002. Ele defendeu o Palmeiras entre 1996 e 2000 e depois o São Paulo entre 2004 e 2008.


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