Folha de S. Paulo


Alto preço dos ingressos gera debate entre governo e clubes

O Ministério do Esporte e representantes de clubes, de arenas e da CBF iniciaram um debate para encontrar uma solução para os altos preços dos ingressos nos novos estádios construídos para a Copa do Mundo.

A primeira reunião foi nesta quinta-feira, mas nada foi decidido. O grupo ficou de levantar propostas e depois encaminhar o documento para a Presidência da República.

Uma nova reunião deve acontecer em três semanas, para que o grupo bata o martelo.

"Há o risco de uma consequência indesejada como a exclusão de uma parcela do torcedor, de baixa renda. É preciso levar em conta essa preocupação, mas ao lado de outras que nem sempre são tão visíveis, que é a renda capaz de assegurar a viabilidade dos clubes, a operação das arenas e o acesso do torcedor. Não convidamos coma finalidade de impor nem oferecer solução definitiva, mas de partilhar a construção dessas soluções", disse o ministro Aldo Rebelo (Esporte).

Ex-presidente do Corinthians e representante do clube na construção do Itaquerão, Andres Sanchez saiu em defesa dos clubes. "Ninguém está falando que o ingresso vai ficar mais barato. Tem jornal que é caro pra caramba também", disse.

Questionado sobre a média de ingressos ser cara, o corintiano sugeriu "bom senso". "Eu acho caríssimo, mas tem tanta coisa cara no país. Se você acha que tem grandes jogadores, melhor segurança, melhor garantias, melhor tudo, R$ 50 para baixo não é caro. Tem que achar um bom sendo e equilíbrio para todos. Se você já começa falando que é caro R$ 48, imagina quando fala em R$ 180", completou.

Participaram da reunião representantes do Grêmio, Bahia, Botafogo, Fluminense, CBF, da arena de Fortaleza, Maracanã, e da secretaria da Copa em Minas e do Distrito Federal.

RIO-2016

Após a reunião, o ministro Aldo Rebelo defendeu o planejamento para Rio-2016, criticado ontem pelo Tribunal de Contas da União. Aldo disse que não haverá atrasos e que a matriz de responsabilidade, que reúne orçamentos e prazos, ficará pronta em breve.

"As obras estão dentro do prazo, não há atraso. O calendário será cumprido. Construir a matriz de responsabilidade não é simplesmente reunir e determinar o que é a matriz. Temos uma parcela da União, do governo do Estado, prefeitura e comitê. Temos que ter muito critério, não é simples", disse.


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