Folha de S. Paulo


Pais são detidos em Uberaba (MG) suspeitos de matar filha de 1 ano e 7 meses

Uma criança de um ano e sete meses morreu nesta quinta-feira (6) na casa dos pais, na periferia de Uberaba (MG). A Polícia Civil prendeu o casal por serem os principais suspeitos de matar a menina.

Peritos apontaram, em laudo preliminar, que a criança morreu devido a agressões físicas, segundo o registro policial. O corpo apresentava hematomas, lesões no rosto e indícios de fratura no braço direito.

De acordo com a polícia, os pais acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por volta das 10h30. Por telefone, informaram que a menina havia caído do berço e estava sem respirar.

A ambulância chegou na casa 15 minutos depois, mas a equipe constatou que a menina estava morta há aproximadamente oito horas. A Polícia Militar foi acionada.

Testemunhas ouvidas pelos policiais no local relataram que o casal já havia perdido anteriormente a guarda da criança e de outros seis filhos em função de denúncias de violência.

A situação foi confirmada pelo Conselho Tutelar e os pais foram levados à delegacia para interrogatório. Eles prestaram depoimento durante toda a tarde desta quinta-feira.

Durante a ação, um grupo de pessoas tentou agredir os suspeitos, mas foram contidos pelos policiais.

Segundo o delegado Rodolfo Rosa Domingos, os dois foram presos em flagrante por crime de tortura com resultado de morte.

O casal ainda não tem advogado constituído, de acordo com a polícia.

SEGURANÇA

Após a morte da menina, os outros seis filhos do casal ficaram sob os cuidados do Conselho Tutelar e foram encaminhados provisoriamente para um abrigo de menores em situação de risco.

A família havia dois anos estava sendo acompanhada por uma equipe do Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social).

Em 2012, o casal perdeu a guarda dos filhos e as crianças foram abrigadas por um ano em uma instituição da cidade.

"A gente estava acompanhando a família. Toda a situação de risco vivenciada anteriormente não existia mais. Por isso, os filhos foram entregues novamente aos pais", afirmou a coordenadora do Creas, Michelle Carvalho.

De acordo com ela, nenhuma ocorrência de violência doméstica tinha sido registrada desde que as crianças voltaram à convivência dos pais, há um ano.

"Infelizmente, aconteceu essa situação que não tinha como ser prevista. Já fizemos contato com a Promotoria e o Juizado de Menores. Todas as medidas necessárias de proteção às crianças foram tomadas", disse.


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