Folha de S. Paulo


Secretário de Ribeirão nega negligência em mortes nas unidades de saúde

O secretário da Saúde de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Stenio Miranda, negou nesta terça-feira (21) que tenha havido negligência nas mortes de pacientes atendidos em unidades de saúde da prefeitura que são alvo de investigações.

"Com o material levantado até agora pelas sindicâncias, não há como apontar erro, mas novos fatos podem surgir", afirmou Miranda.

O secretário foi ouvido nesta terça pela CEE (Comissão Especial de Estudos) da Saúde da Câmara.

A CEE foi criada em junho deste ano para apurar as mortes da estudante Gabriela Zafra, 16, e de Laís Balan, 28, cujos casos são investigados pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e pela Polícia Civil por possível negligência.

Os vereadores questionaram o secretário sobre o atendimento ao caminhoneiro Fernando Garcia, 55, que morreu no dia 4.

Em 29 de setembro, ele teve de retirar o rim direito após complicações causadas por uma infecção não identificada em quatro consultas feitas na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento).

O atestado de óbito indica como causa da morte choque séptico.

Familiares do caminhoneiro acompanharam a audiência com cartazes e camisetas com a palavra "justiça".

Para Fernando Garcia Filho, houve negligência no atendimento do pai. "Os médicos não pediram nem um exame de urina", disse.

Já Laís morreu em março após ter sido atendida na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central e liberada sem ser diagnosticada.

Gabriela morreu em maio devido a uma meningococemia na UPA depois de ter buscado cinco atendimentos em três postos de saúde de Ribeirão Preto.

No início deste mês, o Ministério Público Estadual pediu à Justiça que a morte de Gabriela seja investigada novamente, só que por um novo delegado.

Para a Promotoria, a Polícia Civil encerrou a investigação sem colher provas suficientes, de forma abrupta.


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