Folha de S. Paulo


Promotoria apura supostos maus-tratos em abrigo de Ribeirão Preto

O Ministério Público vai investigar denúncias de supostos maus-tratos a crianças no Cacav (Centro de Acolhimento para Crianças e Adolescentes Vitimizados), em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

A investigação está sob sigilo, a pedido do promotor da Infância e Juventude, Naul Felca.

As denúncias foram encaminhados à Promotoria pelos três conselhos tutelares de Ribeirão Preto. De acordo com a representação, desde o início do ano os conselhos são procurados por adolescentes e diretores de escolas que relatam maus-tratos físicos e psicológicos aos menores abrigados.

O local é administrado pela prefeitura e acolhe atualmente 35 crianças e jovens de dois a 17 anos que foram retirados da rua ou de ambiente de violência familiar.

Em nota, a prefeitura informou que o caso será investigado pela administração. No entanto disse não ter sido notificada da representação no Ministério Público.

A prefeitura ainda informou "estranhar" as denúncias, uma vez que o Cacav tem preocupação no acolhimento dos menores e em garantir seus direitos individuais e coletivos.

De acordo com a representação, as denúncias relatam que as crianças eram acordadas com baldes de água fria e sofriam agressões e humilhações, além de algumas crianças serem amarradas para receber medicamentos psicotrópicos.

Também há relatos de jovens que foram castigados com confinamentos.

A representação encaminhada à Promotoria pede que seja instaurado um inquérito policial e que a coordenadora do centro seja afastada provisoriamente do cargo até o fim das investigações.

A prefeitura informou que o Cacav é fiscalizado mensalmente pelo Ministério Público e que nunca houve nenhuma denúncia envolvendo servidores.


Endereço da página: