Folha de S. Paulo


Promotoria apura publicidade em abrigos de ônibus de Ribeirão Preto

O promotor criminal Aroldo Costa Filho abriu investigação para apurar suposto crime financeiro na exploração de propagandas em abrigos dos pontos de ônibus de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

O promotor se baseia em dados da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte, que apontaram que a exploração do serviço não tem aval da prefeitura, contrariando o contrato com o consórcio Pró-Urbano.

De acordo com Costa Filho, há suspeita de desvio de dinheiro e possível contratação indevida da empresa de propaganda Mídia Pull, com sede em São Paulo.

"Chamou a atenção o fato de que esta publicidade não tem autorização formal [do governo]", afirmou.

Ele disse que solicitou os documentos já obtidos pelo promotor Carlos Cezar Barbosa, que abriu inquérito para acompanhar o reajuste da tarifa, ainda não definido pela prefeita Dárcy Vera (PSD).

Em depoimento à CPI, a secretária de Negócios Jurídicos, Maria Helena Cividanes, afirmou que a receita com anúncios deveria ser considerada para definir o valor da tarifa de Ribeirão.

Sérgio Masson - 16.jul.2014/Folhapress
Publicidade em ponto de ônibus na região central de Ribeirão Preto, que gerou investigação
Publicidade em ponto de ônibus na região central de Ribeirão Preto, que gerou investigação

Desta forma, na prática, se a receita aumenta, o preço da passagem cai.

No entanto, na própria CPI, secretários de Dárcy afirmaram que não concederam autorização para a exploração comercial dos abrigos.

Uma das cláusulas do contrato prevê que as receitas alternativas serão consideradas nos estudos de avaliação econômico-financeira.

OUTRO LADO

Em nota, a prefeitura informou que a autorização sobre a exploração comercial se refere apenas à forma da publicidade a ser realizada.

Disse também que o consórcio Pró-Urbano contratou o serviço da Mídia Pull em troca da instalação de novos abrigos e da manutenção dos já existentes.

O governo afirmou que já prestou todas as informações sobre esta exploração comercial ao promotor Barbosa.

O responsável pela Mídia Pull foi procurado por telefone durante a manhã e a tarde desta sexta-feira (15), mas ele não falou com a Folha.


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