Os problemas financeiros não atingem apenas os maiores hospitais da região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), mas também unidades de médio e pequeno porte localizadas em cidades com menos habitantes.
Em Bebedouro (381 km de São Paulo), por exemplo, o hospital Júlia Pinto Caldeira é o único que atende pacientes do SUS. Metade do orçamento da saúde no município é destinada para a unidade. Isso representa cerca de R$ 25 milhões por ano.
O atendimento de pacientes de cidades vizinhas tem gerado problemas ao hospital. A espera para transferência para semi-UTI, por exemplo, pode chegar a cinco dias.
De acordo com Eurico Medeiros, diretor de Saúde de Bebedouro, o hospital tem uma dívida de R$ 10 milhões com fornecedores. "É preocupante porque, como gestores, estamos indo na contramão."
Em abril, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que o hospital será estadualizado e receberá R$ 32,5 milhões em investimentos, mas só deve entrar em funcionamento em 30 meses.
Edson Silva - 28.jul.2014/Folhapress | ||
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Faixa com pedido de socorro em frente à Santa Casa de Ribeirão Preto após falta de pagamento da prefeitura |
Em Batatais (352 km de São Paulo), a Santa Casa está de portas abertas porque deu espaço para internações por convênios, segundo José Roberto dos Reis, diretor administrativo. O hospital tem uma dívida de R$ 2 milhões.
Para o especialista em saúde pública e professor da Unicamp Gastão Wagner de Souza Campos, a situação dos hospitais filantrópicos não vai melhorar apenas com o aumento de repasses de verbas públicas. Ele afirmou que é necessário abandonar o atual sistema que estipula preços por tabela.
"O ideal é contratar um conjunto que permita remunerar as unidades por atendimentos e prevendo investimentos em modernização."