Folha de S. Paulo


Ribeirão Preto colocará chips e irá castrar 5.000 animais

A Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) abriu uma licitação, com previsão de R$ 548 mil de custo, para castrar e microchipar 5.000 cães e gatos na cidade. O número representa 7% da população animal do município.

O serviço será oferecido gratuitamente à população.

De acordo com levantamento da Vigilância Sanitária, Ribeirão Preto tem 61.228 cães e 7.333 gatos. É a primeira vez que a prefeitura contrata uma empresa para a realização desse serviço.

Edson Silva/Folhapress
Cachorro que foi recolhido de ruas de Ribeirão Preto aguarda adoção em abrigo na cidade
Cachorro que foi recolhido de ruas de Ribeirão Preto aguarda adoção em abrigo na cidade

Alexandre Gouvêa, zootecnista e chefe do Bosque Fábio Barreto, afirmou que a contratação terá R$ 48 mil de contrapartida da prefeitura. Os outros R$ 500 mil foram destinados pelo Estado.

Gouvêa disse que a intenção da prefeitura é que outros contratos sejam feitos para atender a população de gatos e cães do município. A previsão é que o serviço comece a funcionar até outubro, com contrato de 14 meses.

Ainda de acordo com Gouvêa, a Vigilância Sanitária deverá indicar os bairros prioritários para o serviço, que terá atendimento em uma base móvel, segundo o edital.

Natália de Camargo Lopes, presidente da ONG Cãopaixão –que acolhe animais abandonados–, disse que a iniciativa é positiva, mas pouco eficaz no combate ao abandono e maus-tratos se não for feita em toda a população dos animais –ou maioria.

"É um começo, mas para combater os maus-tratos é preciso que o cadastramento seja atualizado frequentemente e que haja meios de as clínicas veterinárias o acessarem de maneira fácil. A prefeitura vai fazer isso?", questionou Natália.

O microchip é implantado no animal por meio de uma injeção. Ele contém código com informações do animal e do dono, mas só é acessado por meio de um leitor óptico.
Por isso, para identificar o autor dos maus-tratos ou abandono é preciso que o abrigo tenha o leitor do chip.

A veterinária Jenyffer Ramos, que tem um abrigo para animais abandonados, disse que, inicialmente, a castração é importante para evitar o aumento da população de animais abandonados e sem cuidados médicos.

A veterinária também disse que a microchipagem poderia ser trocada por uma tatuagem com um número de identificação nas patas dos animais. Para ela, método é mais barato e mais eficaz.

"Para acessar o cadastro não seria preciso a leitura, qualquer um que visse o animal abandonado ou perdido poderia acessar uma lista e comunicar o dono ou denunciar", disse Jenyffer.


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